Caro Investidor!

Enquanto o ano da Serpente de Madeira não começa (só dia 29/01), e provavelmente você é da turma do mantra da renda fixa como a maioria do brasileiro, para se proteger em tempos de inflação e taxa de juros em alta, no segundo capítulo da série falaremos dela, a Renda Fixa. Pelas conversas que tivemos com especialistas, podemos adiantar que ela segue a oportunidade sugerida, considerando esse cenário.

IA Gemini

De acordo com Viviane Las Casas, especialista em Renda Fixa da Valor Investimentos, a expectativa é que a atratividade da renda fixa continue nos próximos anos, sustentada pelos fatores: juros elevados – projeções indicam que a Selic pode atingir 14,25% ao ano após maio de 2025; pressões Inflacionárias – a inflação só deve convergir para a meta em 2026, reforçando a necessidade de manter juros altos; risco fiscal – enquanto não houver um plano robusto e crível para o equilíbrio fiscal, a renda fixa continuará sendo a escolha preferida de investidores que buscam segurança e bons retornos.

“A combinação de juros elevados, inflação persistente e incertezas econômicas faz da renda fixa uma das classes de ativos mais atraentes em 2024. Essa tendência deve se manter, dado o contexto de estabilidade da Selic em dois dígitos e as condições macroeconômicas desafiadoras”, comenta Viviane.

Para investidores desta modalidade, Viviane diz que com a taxa Selic em patamares elevados, o cenário atual oferece uma excelente oportunidade. “As opções mais indicadas são os ativos pós-fixados, títulos atrelados ao IPCA+ e aqueles com isenção fiscal para pessoas físicas.”

O dilema

Sobre as perspectivas da rainha Renda Fixa em 2025, Cristian Pelizza, economista-chefe da Nippur Finance, fala sobre entrar o ano com um dilema porque com o estresse do mercado,  se tem uma abertura bastante significativa da curva de juros e isso acaba refletindo em pré-fixado muito alto. “O investidor consegue pegar pré-fixados, como título público, acima de 14%, 15% e também títulos indexados à inflação muito fortes, com IPCA +8;  IPCA +7,5 em títulos públicos”, comenta.

 Para Pelizza, são taxas que não aparecem todo dia, desde 2015 e 16 que não se tinha um spread tão alto como esse. “No entanto, isso ainda não é uma garantia para o investidor porque ainda pode ter muita oscilação no curto prazo e muita volatilidade. Quer dizer, sem ter uma reforma macro uma estabilidade, mais clara, essas taxas tendem a variar e podem gerar marcações um pouco desconfortáveis.”

Mesmo assim, o economista-chefe vê  uma oportunidade boa, mas ela precisa de uma janela de maturação um pouco maior para o investidor com o horizonte de tempo mais curto. “No pós-fixado ele vai ter uma performance boa, obviamente, vai ver os juros subindo acima de 14% pelo menos, que é a projeção que o próprio Banco Central deu”.

Assim, para o investidor com o horizonte curto, segundo Pelizza, as oportunidades no pós- fixado fazem muito sentido e para investidores com um horizonte um pouco mais longo e mais arrojados,  é uma parcela de proteção de inflação e uma parcela de pré-fixado. “Elas estão aparecendo como uma oportunidade muito interessante.” 

Em resumo, todas as classes de renda fixa estão em um momento bom no Brasil. “O que muda um pouco o peso de alocação é o apetite ao risco do cliente e o seu horizonte de tempo. Mas fora isso é possível trabalhar e ter bons retornos com pré-fixado, com pós-fixado e com o IPCA+, quer dizer, o cenário macro nesse sentido foi generoso com o investidor de renda fixa”, afirma.

(Colaborou na Produção: Márcia Sobotyk)