Certamente a expressão “Novo normal” não é algo que faça sentido para mim. Home Office

Na minha concepção, o que houve, foi uma adaptação necessária e fundamental para uma nova situação existente. 

Aquilo que deixa de ser usual passa a um novo estágio, mas não um “novo normal”. Se assim fosse, quando uma pessoa trocasse de emprego, ela passaria a dizer a todos que tem um “novo normal” em sua via profissional! Tenho certeza que nenhuma das leitoras e leitores jamais usou esse tipo de expressão.

Mas esta é a minha visão, e respeito aqueles que discordam. Fiz essa introdução para falar de algo que se tornou parte desta nova realidade. Ou pelo menos se tornou muito mais frequente do que ocorrera no passado.

Com as imposições causadas pelo isolamento social, muitos profissionais passaram a trabalhar em Home Office nos primeiros meses de pandemia e muitos irão continuar (mesmo que parcialmente) neste regime, após a resolução completa desta condição de saúde publica. 

Com isso ocorreram várias implicações no planejamento financeiro das famílias. Mas vou abordar especificamente uma que acho bastante interessante de analisarmos quando se fala em Home Office.

Mudança nos hábitos de consumo

Muitos hábitos de consumo e forma de se consumir foram alterados nesta nova condição. 

Apesar de eu não ter a pretensão aqui de fazer um diagnóstico completo de toda a transformação financeira, em termos de despesas e receitas que ocorreram, gostaria de levantar alguns pontos recorrentes, que percebi sobre as mudanças trazidas por esta nova condição.

Vou me ater ao que parece terem sido as grandes diferenças em termos de redução e aumento de custos derivados do trabalho em casa. E claro, também devido ao fato de o restante da família também estar em casa, o que acarreta em alguns custos.

Assim, coloco aqui alguns itens que, na maior parte dos casos, tiveram custos reduzidos em função da condição de Home Office:

De alimentação

No caso da alimentação isso vale para aquelas famílias que passaram a se alimentar em casa ao invés de restaurantes ou lanchonetes, cozinhando seus alimentos.

Por que se formos considerar uma alimentação baseada primordialmente de pedidos em aplicativos de delivery ou entrega de refeição por restaurantes, essa conta pode não ter sido tão reduzida, ou até mesmo pode ser maior do que era antes. 

Para aqueles que passaram a cozinhar mais, além do custo menor de alimentação também tiveram a vantagem de poder ter uma refeição mais saudável. 

De transporte

Certamente os custos de deslocamento foram um dos que mais diminuíram durante o Home Office, tanto para os que se deslocavam de carro, como para os que utilizavam transporte público ou aplicativos.

Isso porque pelo fato de ficar mais em casa e com pouco deslocamento, é um fato que estes custos diminuiriam.

De vestuário 

Aqui não significa necessariamente que as pessoas pararam de comprar roupas, calçados e acessórios de vestuário, mas que pelo fato de não estarem, com certa frequência, visitando lojas, shoppings e centros comerciais, foram menos influenciadas à tendência de consumo imposta nestas situações. 

Além do fato das pessoas controlarem mais seus desejos em função das possíveis reduções de renda e por estarem mais inseguras quanto a sua situação futura de emprego ou renda. 

Estes fatores fizeram com que fossem reduzidos seus custos neste segmento.

De itens supérfluos

Aqui estamos falando daquele lanche ou doce no meio da tarde. Da capa de celular nova ou do carregador que pareceu ser “uma boa oportunidade” entre outras tantas miudezas e pequenos gastos que ocorrem no dia a dia.

Como sempre vejo nos planejamentos financeiros de meus clientes, estes são sempre muito maiores do que se tem consciência e em Home Office, fica evidente o quanto eles consomem de recursos da família.

De academia 

Aqui vamos considerar aquelas pessoas que deixaram de pagar seus planos, principalmente porque não estavam utilizando. Ou aquelas que por força da situação diminuíram os planos que tinham (por exemplo, trocaram um plano com natação por outro sem).

É certo que muitas pessoas continuaram fazendo aulas online oferecidas pela academia ou por seus personal trainers mas outros também pararam, pelo menos provisoriamente.

Estes foram os custos que potencialmente diminuíram.

Porém vimos que em outros casos, alguns custos aumentaram em função da estadia por mais tempo dentro de casa. Alguns destes custos foram:

De água e gás

Para a utilização de água, isto ocorreu mais para aquelas famílias onde as pessoas tinham praticamente todo o consumo fora de casa e também costumavam tomar banho na academia, nas aulas de luta ou dança ou mesmo em clubes e passaram a utilizar somente sua moradia para o consumo.

Para algumas inclusive, dependendo do tamanho da família, mesmo com o aumento do consumo a conta permaneceu no mínimo e isso não refletiu diretamente na conta.

Já para a conta de gás dependeu muito se houve aumento da alimentação feita em casa ou por delivery, conforme abordado quando falei da alimentação.

E também se a família possui chuveiro aquecido a gás ou não, o que definiria um aumento na conta.

De energia elétrica 

Estes foram custos que certamente aumentaram devido ao uso muito mais intenso de aparelhos digitais (computadores, celulares, tablets, televisão), de chuveiros elétricos e de aparelhos para cozinhar como fornos e fritadeiras elétricas, por exemplo.

A iluminação também passou a ser muito mais utilizada do que aquela, em tempos onde a maior parte da família estava fora de casa, trabalhando ou estudando.

De internet

Em função das reuniões de trabalho, aulas online, lives e entretenimento, muitas famílias tiveram que reajustar seus planos de internet e isso acabou refletindo em um aumento de custo nesta conveniência.

De aplicativos e softwares

Com a digitalização acelerada pela pandemia e a necessidade de se trabalhar dentro de casa, também houve a necessidade de se investir em softwares e aplicativos, como por exemplo as ferramentas online para lives e streaming e também eventualmente para entretenimento das crianças, como jogos de vídeo game, de computador ou de celulares. 

De equipamentos digitais

Não somente os softwares podem ter trazido um aumento nas despesas familiares mas também dos equipamentos, para poder executar melhor o trabalho e acompanhar a necessidade tecnológica para as atividades online a serem realizadas do ambiente do lar. 

As pessoas eventualmente precisaram comprar ou trocar celulares, câmeras, notebooks, computadores ou tablets.

Isso trouxe um custo adicional, que se não foi previsto anteriormente no orçamento, causou um impacto financeiro. 

De planos de TV por assinatura 

Planos de Tv por assinatura ou de serviços de streaming como Amazon Prime, Netflix ou Apple TV também podem ter trazido custos adicionais para manter as pessoas entretidas ou mesmo se educarem nos tempos de isolamento. 

Isso não vale para todas as famílias, pois nem todas dependem igualmente destes serviços, mas houve para muitas o aumento de custos.

Minha expectativa aqui neste artigo não foi esgotar todos os tipos de custos que podem ter sido aumentados ou diminuídos.

Também não foi intenção igualar todas as famílias, pois podem acontecer casos onde para algumas houve a tendência contraria ao apresentado aqui.

O objetivo foi de provocar a reflexão e mostrar como uma mudança não intencional e planejada pode mudar radicalmente seu planejamento financeiro.

Também, porque é importante estar atento e manter um plano flexível para evitar os transtornos e desgostos que isso pode trazer. 

Se quiser ler mais sobre como buscar fontes alternativas de renda extra para contrabalancear os custos mencionados, clique aqui.

Como sempre digo: Com Educação Financeira se vai mais longe!

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