Caro investidor,

A primeira sexta-feira (4) do mês já começou com mais tensões no Oriente Médio com a possibilidade dos Estados Unidos atacarem as instalações de petróleo do Irã, após bombardeio a Israel, como retaliação. Com isso, o petróleo fechou em alta de 5% nesta quinta (3). Hoje pela manhã a alta estava mais moderada. O mundo está voltado para os conflitos, os investidores também.

Antes mesmo do ataque do Irã, o petróleo estava em alta volatilidade. Primeiramente os preços caíram devido às preocupações com a fraca economia global e com a diminuição da demanda. Logo em seguida os preços subiram novamente devido à escalada da guerra no Oriente Médio. 

Na véspera do ataque iraniano, os preços chegaram a amenizar, tendo como pano de fundo alívio de restrições voluntárias à produção da commodity por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e com a divulgação de dados sobre estoques de petróleo nos Estados Unidos, conforme a XP. No entanto, não durou muito, voltando a subir nesta quinta (3) devido ao posicionamento dos EUA. Isso está gerando a preocupação de que um conflito crescente poderia interromper o fluxo de petróleo da região.

Preços

Essa preocupação com a região está pressionando os preços do petróleo. O tipo Brent, que é referência internacional, avançava 3,86% por volta das 12h20 desta quinta (3), chegando a US$ 76,71 o barril. Já o WTI subia 4,45%, aos US$ 73,94 o barril.

E caso as ameaças dos EUA se confirmem, de atingir as petrolíferas iranianas, a tendência é de mais alta. O Irã é o oitavo maior produtor de petróleo no mundo, com uma produção de 3,9 milhões de barris por dia.

O que você, investidor, precisa saber

Quando o preço do petróleo está em alta, o impacto sobre os investidores de empresas do setor varia dependendo do tipo de empresa e sua posição dentro da cadeia de valor. 

Aqui estão os principais efeitos para quem investe nesse ramo:

Empresas de exploração e produção (upstream)

Empresas que estão no setor de exploração, extração e produção de petróleo, como as brasileiras Petrobras (PETR4), Prio (PRIO3) ou mesmo as gigantes estrangeiras ExxonMobil (EXXO34) ou Chevron  (CHVX34), costumam se beneficiar diretamente de preços mais altos. 

Isso acontece porque:

  • Maior receita: Quando o petróleo sobe, essas empresas podem vender o barril a um preço mais alto, aumentando suas receitas e lucros.
  • Valorização das ações: O aumento nos lucros tende a atrair mais investidores, o que pode impulsionar o preço das ações dessas companhias.
  • Expansão de projetos: Com preços elevados, torna-se viável investir em projetos de exploração que antes não eram rentáveis, aumentando as oportunidades de crescimento.

Empresas de refino e distribuição (midstream e downstream)

Empresas que atuam no refino, transporte e distribuição de produtos derivados do petróleo podem ter uma situação mais mista:

  • Impacto nos custos: Para refinarias e distribuidoras, o aumento do preço do petróleo eleva o custo da matéria-prima (o próprio petróleo), o que pode apertar as margens de lucro, especialmente se elas não conseguirem repassar esse custo ao consumidor final na mesma velocidade.
  • Demanda por combustíveis: Se o aumento do petróleo for repassado ao consumidor, pode haver uma queda no consumo de combustíveis (gasolina, diesel, etc.), o que pode impactar negativamente os lucros dessas empresas.

As 25 maiores companhias produtoras de petróleo (Fonte: Google/Marcelo Gauto)

Empresas de serviços petrolíferos

Empresas que prestam serviços à indústria de petróleo, também podem se beneficiar indiretamente:

  • Aumento da demanda por serviços: Com o petróleo em alta, as empresas de exploração e produção tendem a expandir suas atividades, resultando em maior demanda por equipamentos, tecnologia e suporte técnico dessas empresas.
  • Valorização das ações: Se o setor de exploração crescer, essas empresas podem se valorizar no mercado devido ao aumento da demanda pelos seus serviços.

Impactos no investidor

  • Benefícios de longo prazo: Quem investe em ações ou fundos atrelados ao setor de petróleo pode se beneficiar no longo prazo, à medida que as receitas das empresas crescem com o aumento do preço do petróleo.
  • Volatilidade e riscos: O preço do petróleo é altamente volátil, influenciado por questões geopolíticas, como os conflitos no Oriente Médio, e decisões de grandes produtores como a OPEP. Isso significa que, apesar de haver um ganho quando os preços sobem, os investidores também enfrentam riscos de quedas bruscas nos preços, o que pode afetar o valor de seus investimentos.

Impacto nas empresas de energia alternativa

Quando o petróleo está em alta, isso também pode afetar investimentos em energias alternativas, como solar e eólica. Os preços elevados do petróleo podem aumentar a demanda por energias limpas, levando investidores a diversificar seus portfólios em empresas desse setor.

Anota, investidor:

Em síntese, o aumento do preço do petróleo geralmente beneficia as empresas de exploração e produção, enquanto empresas de refino e distribuição podem enfrentar desafios. Contudo, a volatilidade inerente ao mercado de petróleo exige que investidores estejam atentos a mudanças rápidas nas condições econômicas e geopolíticas.

Fonte: Google Maps

Histórico de conflitos

  • Criação do Estado de Israel (1948): O conflito começou com a criação do Estado de Israel em 1948, após a aprovação do Plano de Partilha da Palestina pela ONU em 1947. Isso resultou na guerra árabe-israelense de 1948, quando países árabes vizinhos se opuseram à criação do Estado judeu. Israel venceu a guerra e expandiu seu território além do que fora proposto pela ONU, enquanto centenas de milhares de palestinos se tornaram refugiados.
  • Conflitos subsequentes: Houve várias guerras importantes envolvendo Israel e seus vizinhos árabes, como a Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel ocupou territórios como a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental, as Colinas de Golã (Síria) e o Sinai (Egito). Outro conflito notável foi a Guerra do Yom Kippur (1973).

Questão Palestina

  • Cisjordânia e Faixa de Gaza (agora destruída): Após a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. A construção de assentamentos israelenses nesses territórios é uma das questões mais controversas, com os palestinos reivindicando essas áreas como parte de um futuro Estado palestino. A ocupação e a política de assentamentos têm sido condenadas por muitos na comunidade internacional.
  • Organizações palestinas: A Organização para a Libertação da Palestina (OLP), criada em 1964, foi a principal representante do povo palestino por décadas. 

Estreito de Hormuz

  • O Estreito de Hormuz atualmente é controlado pelo Irã, um canal de saída para muitos países do Oriente Médio. Dessa forma, o comprometimento desta área pode comprometer diversas viagens, levando o barril de petróleo a se valorizar e abalando a economia mundial.