A frase, espelhada no título, é de João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários, na abertura do 24º Encontro Internacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais. Tokenização, sandbox, créditos de carbono e de metano são expressões que permearam a fala de João Pedro. “O regulador precisa se modernizar”, disse ele para um auditório repleto no moderno teatro B32, em São Paulo.

O Fiagro (fundos de investimento do agronegócio, cuja regra experimental de 2021/22 foi estendida neste ano também) vem assumindo protagonismo e deverá ultrapassar os fundos de infraestrutura em breve, vaticina o presidente da CVM, que esteve ao lado de Antonio Carlos Berwanger, superintendente de mercado da autarquia, tratando de tecnologia e sustentabilidade no mercado de capitais, com observações aos “influenciadores digitais” (muitas vezes pagos para disseminar informação de determinada companhia ou produto), BDR´s, créditos privados e temas correlatos.

Para o presidente do Conselho do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), Geraldo Soares, mediador do primeiro painel, “ESG é um caminho sem volta”. Não houve quem discordasse.

CRIAÇÃO

O Mercado de Capitais é a maior criação humana em termos de prosperidade”, definiu Pablo Cesário, presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), entre uma pergunta e outra no Encontro de RI.

Depois de afirmar que há cinco anos o Brasil tinha 400 mil investidores em Bolsa e que hoje ultrapassa os cinco milhões, o cientista político emendou: “A questão agora é como trazer mais empresas médias e pequenas para o mercado”.     

LUDOPÉDIO

A CVM definiu quatro frentes de atuação, segundo o presidente João Pedro – confesso torcedor do Fluminense:

  1. Agro – que hoje representa entre 25% e 27% do PIB nacional mas só ocupa 5% do mercado de capitais;
  2. Criptoativos;
  3. Finanças Sustentáveis;
  4. SAF – Sociedade Anônima de Futebol (modelo de clube-empresa, recém-implantado no Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Cuiabá, Bragantino e Vasco).

PESQUISA

Em até dois anos, a divulgação dos indicadores de ações ambientais será tão relevante quanto a de governança. Esta é uma das conclusões a que chegou Pesquisa Ibri-Deloitte junto à comunidade de RI (relações com investidores).

PRÓ-ESG

Além da complexidade e da amplitude das responsabilidades da área de RI, o envolvimento cada vez maior com ESG aponta para a importância de desenvolver conhecimentos sobre os indicadores social, ambiental e de governança – revelando uma mudança de paradigma nas demandas das organizações, assinala, expressamente, a pesquisa apresentada no Encontro de RI (evento apoiado pelo Portal Acionista

Ainda de acordo com a pesquisa, empresas precisam investir em equipes especializadas em ESG para os times de RI.

REPUTAÇÃO

Presidente da Itaúsa, Alfredo Setúbal afirmou que o maior ativo de uma empresa é o reputacional. Ele destacou também que os investimentos em ESG deixaram de ser assunto apenas para os investidores maduros, “pois todos sabem que agrega valor ao negócio no longo prazo”.

REPORTE

Está dada a largada. As regras de reporte de sustentabilidade da Fundação IFRS só entrarão em vigor em 1º e janeiro de 2024, mas acabam de ser divulgadas. Os informes deverão ocorrer em 2025, sobre o ano-base 2024.

O ISSB (sigla, em inglês, para Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade) vai flexibilizar no primeiro ano de reporte, oferecendo a opção de limitar a divulgação de riscos relacionados ao clima.

AZUL

A Azul S/A divulgou que 86% dos detentores dos títulos manifestaram o aceite para troca (exchange offer) de seus papéis com vencimento em 2024 e 2026 (senior notes), para títulos de longo prazo com vencimento em 2029 e 2030, respectivamente.    

“Essa aceitação agregada é uma manifestação positiva e mostra que a oferta foi muito bem-sucedida”, comentou Alex Malfitani, CFO da companhia.

Além desta oferta, o plano de estruturação financeira, anunciado em março último, teve como etapa inicial o acordo com empresas de arrendamento e fabricantes de aeronaves, impactando positivamente no caixa da empresa.     

CONCESSÕES

A Iguá Saneamento vendeu 11 concessões, em três estados, para reforçar o caixa e focar em negócios maiores. O total arrecado foi de R$ 466 milhões.

GUARDA-PARQUES

Instituto Ecofuturo e a Suzano realizam curso de formação de guarda-parques, voltado aos colaboradores de vigilância patrimonial e de prevenção e combate a incêndios. Objetivo é formar mais de 40 profissionais que contribuam com a conservação de áreas naturais e a proteção da biodiversidade.

Com um total de 80 horas, participantes terão disciplinas de gestão; pesquisa e biodiversidade; proteção; relacionamento com o entorno e educação ambiental.

Segundo a World Wide Fund for Nature (WWF), os guarda-parques vão além de proteger a natureza; são responsáveis pelo atendimento a públicos externos e por fazer com que as pessoas se conectem à natureza quando visitam reservas ambientais.

DIRETORIA

Com a saída de Alexandre Rangel para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o governo indicou a advogada Marina Copola para compor o board da CVM.  

Formada pela USP, a advogada é sócia do escritório Yazbek Advogados e cumprirá mandato até o fim de 2024.

AGRO

Será realizado o 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio no dia 07 de agosto próximo, em São Paulo, tendo como tema central Inovação e Governança.

Promovido por ABAG e B3, o evento tem apoio de mídia do Portal Acionista.

https://congressoabag.com.br/
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