O Rio Grande do Sul contabiliza 41 mortes e 74 pessoas desaparecidas em decorrência das chuvas extremas, segundo o boletim da Defesa Civil estadual divulgado na tarde desta sexta-feira. As cidades que concentram o maior número de vítimas fatais são Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, e Gramado, na Serra Gaúcha. Cada uma registra dois óbitos.Há ainda 7.949 pessoas em abrigos, enquanto o número de desalojados subiu para 23.598. Os afetados somam 351.639, segundo a Defesa Civil. O número de municípios afetados é de 235. Os temporais atingiram principalmente a Região Metropolitana, Central, Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari e Serra Gaúcha. Os feridos eram 74. As chuvas provocaram o bloqueio total de 147 rodovias estaduais e federais no Estado. O Guaíba segue avançando contra Porto Alegre. Uma casa de bombas na Avenida Mauá parou de funcionar e a água começou a invadir as ruas do Centro Histórico.E a comporta de número 14, localizada na avenida João Antônio Maciel, próxima do acesso à avenida Sertório, rompeu na manhã desta sexta-feira. A água está indo em direção à avenida Voluntários da Pátria e ao Centro Histórico da cidade. O portão 14 do sistema contra cheias ruiu no final da manhã quando tanques do Exército Brasileiro chegavam para reforçar a estrutura.Com a força da água, o portão de ferro, que estava chumbado e isolado com sacos de areia, não aguentou e acabou abrindo, fazendo com que a água se direcione pela avenida Sertório e região, na Zona Norte da capital gaúcha “Pedimos que a população faça a evacuação da área de inundação com cautela, pois ainda estamos diante de um cenário catastrófico e precisamos garantir a segurança dos cidadãos”, pediu o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Maurício Loss.O Guaíba segue subindo a atinge marcas somente vistas na enchente de maio de 1941, aproximando-se das cotas históricas alcançadas na cheia recorde de 80 anos atrás. O nível superava a marca de 4,30 metros no começo da manhã de hoje. O Guaíba apenas passou de 4 metros nos últimos 150 anos em 1941, quando a cota máxima foi de 4,76 metrosO prefeito Sebastião Melo, em decisão conjunta com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL) e Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), recomendou o fechamento de lojas e comércios do Centro Histórico e 4° Distrito. O pedido se deve à elevação do nível do Guaíba e a preocupação com a possibilidade de rompimento do portão 12.“Esta não é a primeira enchente, mas talvez a maior desde 1941. A cada momento temos que tomar novas decisões e hoje estamos fechando comércio do Centro e 4° Distrito”, disse Melo. “O Mercado Público já está fechado desde as 10h, assim como as unidades de saúde do Centro. Os portões estão sendo vistoriados, mas, mesmo assim, temos problemas de vazamento de água’’, acrescentou.Mais de 500 pessoas estão nos abrigos provisórios montados pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e Defesa Civil Municipal. Além das três estruturas – Ginásio da Brigada Militar, Pe. Leonardi e Escola Estadual Custódio de Mello -, a prefeitura ampliou o acolhimento às vítimas da enchente. Também estão à disposição o Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), no bairro Menino Deus, e o Ginásio Rede Calábria, no bairro Vila Nova, exclusivo para pessoas em situação de rua.

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