A Nu Holdings, a empresa criadora do Nubank (ROXO34), o banco digital mais valioso da América Latina, avalia a possibilidade de transferir seu domicílio legal para o Reino Unido.
A medida faz parte de uma estratégia de expansão global que pode incluir novos mercados, como os Estados Unidos, de acordo com uma declaração do fundador e presidente-executivo da empresa, David Vélez, à Reuters.
Reino Unido pode ser o novo domicílio legal do Nubank (ROXO34)
“Estamos ativamente sobre quais são algumas das jurisdições que fazem sentido para considerarmos, à medida que pensamos nos próximos 10 anos de expansão global”, afirmou David Vélez.
Ele destacou que o Reino Unido seria uma das opções, mas alertou sobre os desafios que a mudança de jurisdição pode representar. “Mudanças fiscais trazem incertezas em termos de jurisdição e onde operar”, acrescentou Vélez durante entrevista nos bastidores da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
A mudança de domicílio legal seria um passo importante para o Nubank, uma das maiores fintechs do mundo.
Com mais de 100 milhões de clientes em mercados como Brasil, México e Colômbia, a empresa busca agora ampliar sua presença no cenário global.
Roxinho quer se inserir nos Estados Unidos?
O presidente-executivo também mencionou que os Estados Unidos são um mercado de grande interesse para o Nubank, especialmente em razão do novo governo norte-americano, com a presidência de Donald Trump.
Segundo Vélez, a administração atual tem demonstrado sinais de adotar regulações mais favoráveis para ativos digitais, como criptomoedas, o que poderia criar um ambiente mais propício para o Nubank (ROXO34) considerar sua entrada nesse mercado.
“Com os EUA no jogo, fintechs e criptomoedas estão de volta”, disse Vélez.
“Quando um governo de repente vê a fintech como algo bom para os consumidores e mais competição, isso torna o mercado mais atraente.”
A movimentação de empresas digitais no mercado norte-americano reflete um interesse crescente pela regulação de ativos digitais e pela inovação em serviços financeiros, o que coloca os EUA como um mercado estratégico para fintechs globais como o Nubank.
Europa seria uma prioridade menor para o Nubank?
Embora a Europa represente um mercado de grande porte em termos de consumidores, Vélez explicou que, no momento, não seria uma prioridade para o Nubank expandir suas operações na região.
Ele destacou que o ambiente regulatório e competitivo na Europa apresenta desafios para as empresas que operam no setor de serviços financeiros, especialmente em comparação com os mercados da América Latina.
Entretanto, Vélez não descartou totalmente uma presença europeia.
O executivo sugeriu que uma possível sede na Europa poderia servir como uma presença legal para a gestão do grupo e para a recrutamento de talentos.
O Nubank, que atualmente está domiciliado nas Ilhas Cayman, já dispõe de um escritório em Berlim, aberto em 2017, com cerca de 40 funcionários na cidade.
Investimento no Banco Digital Tyme Group
Outro passo significativo no caminho da expansão internacional do Nubank foi o recente investimento de 150 milhões de dólares no Tyme Group, um banco digital baseado em Cingapura.
A instituição possui uma forte presença em mercados emergentes, com 15 milhões de clientes na África do Sul e nas Filipinas.
Para Vélez, esse investimento representa uma janela estratégica para explorar novos mercados emergentes, que têm muitas semelhanças com os mercados no Brasil e no México.
“Quando olhamos para muitos mercados emergentes, há muitas semelhanças com o que temos visto no Brasil e no México”, afirmou Vélez. “Não há planos imediatos de entrar em um novo mercado, mas esperamos realizar um movimento nos próximos 18 a 24 meses”, completou.