Ontem, foi dia de recordes de pontuação na Bovespa e nos três principais indicadores do mercado americano (Dow Jones, Nasdaq e S&P). O Ibovespa encerrou o pregão estendido para às 18 horas com +0,54% e índice em 108.779 pontos, e na máxima foi até 109.352 pontos.
Hoje, novamente mercados da Ásia encerrando durante a madrugada com boas altas, Europa também com altas nesse início de manhã (exceto Madri) e futuros do mercado americano operando no campo positivo. Aqui, seguimos marcando o objetivo de 115.000 pontos que poderia ser atingindo em algum momento ainda em 2019.
O principal motivo da boa reação dos mercados de risco está centrado na melhora das relações comerciais entre os EUA e a China, com ambos os países interagindo e estudando a retirada de tarifas adicionais para firmarem o acordo na primeira fase. Aqui, muitas expectativas sobre a entrega de elenco de medidas pela área econômica hoje, com presença de Bolsonaro e Paulo Guedes no Congresso. Investidores seguem avaliando como deve ser o mega leilão de áreas nobres amanhã e a atuação do STF em julgamentos previstos, inclusive sobre a prisão em segunda instância.
Na China, durante a madrugada, o governo anunciou queda na taxa de juros de empréstimos de médio prazo para 3,25%, sendo essa a primeira queda desde 2015. Lá, o PMI composto Caixin de outubro subiu para 52,0 pontos, sendo o maior patamar desde o mês de abril. O presidente Xi Jinping voltou a prometer a abertura gradual do mercado de investimentos para estrangeiros, coisa que já vem sendo endereçada.
No Reino Unido, o PMI de serviços de outubro subiu para 50,0 pontos, exatamente na fronteira entre expansão e contração da atividade. Na zona do euro, o PPI de setembro (atacado) subiu 0,1%, mas a taxa anualizada mostra deflação de 1,2%.
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Já os EUA, formalizaram a saída do acordo de Paris e abandonam o pacto climático. Os EUA também mantiveram o veto sobre a carne bovina brasileira, pegando o governo meio que de surpresa. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,67% e com o barril cotado a US$ 56,92. O euro era transacionado em queda para US$ 1,11 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,81%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas com viés positivo na bolsa de Chicago.
Aqui, o Tesouro fechou emissão de bonds para 2029 e 2050, no primeiro caso com cupom de 4,5% e a 105,36% do valor de fase e o de 2050 com cupom de 4,75% e valor de face de 97,44%. Os bonds de 2050 tiveram demanda maior que três vezes a oferta. Com isso, captamos US$ 2,0 bilhões e cerca de US$ 1,0 bilhão será para recomprar títulos. O Planalto anunciou a demissão de Santa Rosa da secretaria de assuntos estratégicos, mais um general deixando o governo.
O Banco Itaú mostrou lucro recorrente no terceiro trimestre de R$ 7,16 bilhões (+10,9%) e rentabilidade sobre o patrimônio líquido mantido em 22,5%. O volume de empréstimos cresceu 8,3%. Já a ata do Copom da última reunião repete que a economia vai seguir crescendo gradualmente e a percepção de reformas afeta as projeções correntes. Os estímulos adicionais contribuíram para elevar a inflação no horizonte relevante, mas a trajetória de curto prazo reflete a inflação abaixo do espertado.
Ainda teremos a divulgação de dados com capacidade de alterar o mercado, mas o dia promete ser mais para o positivo, com boa absorção de lucros de curto prazo.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais