Os secretários do Ministério da Agricultura e Pecuária
(Mapa), Roberto Perosa, de Comércio e Relações Internacionais, e Carlos Goulart,
de Defesa Agropecuária, participaram de um diálogo com a imprensa para ressaltar
a habilitação de estabelecimentos brasileiros para exportação de produtos.
Os secretários esclareceram os
esforços do Governo para criar cada vez mais oportunidades aos produtores
brasileiros no comércio internacional, além da atuação do Ministério para
fomentar novas habilitações de estabelecimentos comerciais do país. O encontro
foi realizado na sede do Mapa e antecede o primeiro embarque de carne para a
China, de plantas recém-habilitadas para exportar ao país asiático.
No dia 12 de março 38 unidades
foram habilitadas pelo mercado chinês, o maior número de autorizações
concedidas de uma só vez. Com o anúncio, o número de empresas brasileiras habilitadas
aumentou de 106 para 144, proporcionando uma grande ampliação das oportunidades
de comércio bilateral.
“Como exemplo, somente no Mato
Grosso do Sul haverá um acréscimo significativo no volume exportado com as
novas habilitações. Antes, o estado tinha 11% de sua capacidade de abate
autorizada para exportação para a China, e isso está passando para 57%. É um
incremento gigantesco nas possibilidades de expansão comercial. Isso vai gerar,
com certeza, vai mudar a pecuária em Mato Grosso do Sul”, destacou o secretário
Perosa.
As novas habilitações podem gerar
um incremento de cerca de R$ 10 bilhões na balança comercial brasileira, ao
logo de um ano. O cálculo de incremento na receita das exportações leva em
consideração o faturamento de uma planta de médio porte que exporta para a
China, em torno de R$ 300 milhões anuais.
Soro fetal bovino
E o Governo acolheu a decisão da
Administração Geral de Aduanas da China (GACC) de habilitar sete frigoríficos
nacionais a exportar soro fetal bovino para o mercado chinês. O produto é um
componente fundamental para o cultivo de células em laboratório, contribuindo
para avanços na pesquisa biomédica e na produção de vacinas e medicamentos.
“A retomada dessas grandes
habilitações e a abertura de novos mercados nos últimos 16 meses, totalizando
105 para 50 países, são fruto do trabalho intenso do ministro Carlos Fávaro e
da colaboração entre as secretarias do Mapa e o Ministério das Relações
Exteriores, trazendo importantes resultados. Estamos muito empenhados em
entregar o melhor para a população brasileira. Tais esforços tem contado
diretamente com a participação do presidente Lula e do vice-presidente Alckmin
fazendo ligações e atuando em reuniões para que essas conquistas sejam
alcançadas”, destacou Perosa.
O secretário Goulart também
destacou como o bom desempenho da defesa agropecuária brasileira colaborou com
o feito. “Conseguimos esse resultado pela credibilidade, pelo reconhecimento no
trabalho de defesa agropecuária do Brasil”, destacou. “Estamos trabalhando para
trazer os melhores resultados. O Brasil tem uma cultura exportadora, isso gera
renda e desenvolvimento para o país. Estamos reunidos aqui para trazer
transparência e mostrar como funciona. As negociações estão acontecendo e de
fato nós estamos vivendo um momento ímpar no nosso país com essa capacidade de
entrega de resultados”, completou.
China, fatia de 37%
A China é o principal destino das exportações de
carnes do Brasil. Em 2023, o mercado chinês representou cerca de 37% do total
das exportações brasileiras do produto, no valor de 8,3 bilhões de dólares,
cerca de 2,2 milhões de toneladas de carnes.
Somente nos dois primeiros meses
deste ano, o Brasil exportou US$ 6,57 bilhões em produtos agrícolas para o
mercado chinês. No ano passado, o total foi de US$ 60 bilhões, o que
representou 36,17% das exportações totais do Brasil.
Nesta semana, o Brasil realizou a 27ª abertura de
mercado em 2024. Agora existe a oportunidade de exportação para a Coreia do Sul
de subprodutos de origem animal (farinhas e gorduras de aves) destinados à
alimentação animal. Com isso, o agronegócio brasileiro alcançou sua 105ª expansão
comercial, em 50 países, desde o início de 2023.