19 de dezembro de 2021

Tempo de Leitura: 9 minutinhos do seu dia

Fatos passados não garantem o futuro

Na beira de um começo de 2022, a premissa envolve retrospectivas e adaptações, na linha das decisões, devemos optar: mudar ou seguir como está.

Os Bancos Centrais, nesta última semana foram os destaques, em meio à escalada global da inflação e os desafios da atividade econômica. A surpresa veio do Banco da Inglaterra que decidiu mudar elevando os juros antes do esperado pelo mercado.

Somos colocados a prova em todo instante. As decisões de investimentos seguem muito mais a natureza comportamental do que a racional.

Atualmente, seguimos e ainda devemos enfrentar diversas temáticas, como:

A inflação e as taxas de juros (até quando vão subir?); eleições (qual será o impacto?); nos EUA, o ritmo dos estímulos e elevação de juros (será suficiente?); ameaças entre Rússia e Ucrânia (haverá algum desfecho?); ao redor do mundo com as surpresas/impactos econômicos e sanitários (até quando?).

Além destes, não podemos esquecer daquelas perguntas tradicionais:

Para onde vai o câmbio? O PIB? O preço do petróleo? Do minério de ferro? Para onde vai a Bolsa? A Selic? E o Bitcoin?

Segue a reflexão, na edição de hoje, resgatamos as palavras de Pedro Bial, em Escolhas de uma vida. A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: “Nós somos a soma das nossas decisões”.

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar “minha vida”.

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.

As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços…

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre.

Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua…

A adivinhação sobre para onde vai o mercado é tão eficiente quanto ler o horóscopo do ano e tentar prever todo seu 2022. É possível fazer planos e traçar metas alcançáveis, mas devemos estar cientes que durante o caminho haverá surpresas que alteram a probabilidade de as coisas acontecerem conforme o esperado.

Você como investidor, por exemplo, conduzido a ser valente pelas incontáveis fontes de informações é levado a investir mais em ativos que oferecem retornos maiores, mas carregam maior risco. Por outro lado, o excesso de más notícias nos acovarda, induzindo-nos a buscar proteção a fim de evitar perdas maiores.

Decisões pessoais não escapam destas situações, até porque movimentam volumes consideráveis de dinheiro – como comprar um imóvel, um veículo, casar-se, ter filhos ou até trocar de emprego – em vários casos, são reconsideradas, ou até postergadas conforme as adversidades.

Na beira das decisões, podemos resumir: mudar ou seguir como está?

Conforme os pensamentos de grandes investidores, o risco é a probabilidade de um prêmio excedente diante da incerteza, por isso, compre na baixa e venda na alta colhendo os frutos da turbulência. Contudo, em períodos de alta, somos conduzidos pela natureza comportamental acreditando que ganharemos ainda mais (levado pelo noticiário positivo); por outro lado, na baixa segue o mesmo sentindo, acreditando que tudo só irá piorar.

Para você investidor, que pensa no seu futuro, tem o compromisso de pensar de forma patrimonial separando o que é recurso do “dia a dia” e o que será destinado para investimentos. Neste sentindo, o que é aplicado para renda fixa ou renda variável, questione-se:

  • Por que vender?
  • Por que comprar?

Existe uma enorme tendência, em contextos gerais, de recuperarmos na memória, fatos recentes e salientes, transportando-os para o futuro sem validação científica. Diante da necessidade de tomar uma decisão de relativa complexidade, tendemos ao atalho, entre julgamentos e comparações limitado ao nosso conhecimento do momento.

Como reflexo natural, buscamos condições semelhantes vividas no passado, seja por terceiros ou por si próprio, trazidas à imaginação de uma possibilidade futura. Em prol de evitar o desgaste da pesquisa, o cansaço da reflexão e a angústia da própria ignorância.

Este é o principal motivo de muitos categorizarem a heurística – atalhos mentais – da representatividade como a arte de usar estereótipos para analisar o presente. Caindo no viés da representação distorcida da realidade.

Esse viés tem base na crença de que o passado persistirá e as novas informações serão classificadas a partir de uma semelhança superficial com o passado.

Daí a famosa frase, no mercado de investimentos: “retornos passados não são garantia de retorno futuro”.

Considerar uma informação como 100% correta, sem levar em conta que há controversas, pode levá-lo a dar muita importância a algo desnecessário. Assim sendo, as decisões de investimentos demandam de um mínimo entendimento que sempre existirá a possibilidade de que um evento não ocorrer como se espera.

“Quais ações devo comprar? Na última vez que vi sobre este setor, parecia uma ótima oportunidade.”

“Vou investir em mineradoras em ano de eleições, porque na última vez funcionou.”

Usar eventos passados acreditando que ocorrerá novamente, devida a semelhança da ocasião, pode resultar em erros consideráveis. A presença de similaridades faz com que informações importantes sejam negligenciadas em virtude daquelas que podem ser identificadas (erroneamente) como adequadas à padrões com maior facilidade.

Avaliar probabilidades e entender os riscos de cada alternativa é o primeiro passo para qualquer decisão. Analisar o atual momento sem negligenciar as informações, mesmo que se oponham à sua opinião inicial, lhe prepara para as possibilidades.

Por este motivo, muito do que se faz aqui no Clube Acionista atende ao que dizemos “olhar para o futuro”. Analistas e gestores absorvam todas as informações disponíveis do momento e avaliam os impactos em cada oportunidade visando as possibilidades à frente, devendo separar o que é ruído do que de fato pode impactar algum rendimento.  

  • Como está a empresa atualmente e quais a projeções para o futuro?
  • Como está o cenário de juros e como aproveitar o momento para colher frutos da renda fixa.

Características de representatividade:

  • Influência direta de eventos passados na previsão de comportamentos futuro;
  • Avaliar apenas o retorno passado para obter o ativo;
  • Tendência de avaliar a probabilidade de uma ocorrência com base em analogias falsas e identidade de situações;
  • Quando um agente se depara com um problema novo, ele tenta buscar semelhança entre esse problema e problemas anteriores enfrentados por ele;
  • Busca identificar informações do passado para um problema parecido;
  • Começar a investir achando que será o novo Warren Buffett.

Se a sua intenção é ter bons rendimentos, evoluir como investidor e se manter por um longo período tomando boas decisões, certifique-se de avaliar todas as possibilidades. Da renda fixa à renda variável, do investimento simples ao mais complexo, do básico ao avançado, você como tomador de decisão precisa sempre levar em consideração que o futuro é incerto.

de Equipe Acionista

💡 Dica de Domingo

O Homem que Mudou o Jogo

Hey, esse filme precisa estar na sua lista! Ao aliar conhecimentos técnicos de beisebol – com o grande desafio de criar o dream team com baixo orçamento – à expertise de um economista, o protagonista (Billy Beane, representado por Brad Pitt) implementa um novo sistema de análise e contratações de jogadores. Finanças e esportes em apenas uma produção. Bora assistir? 🥰

Principais do Dia

Todos os finais de dia você fica por dentro sobre o que está movimentando o mercado.

Acionista.combr
Copyright 2021 ©
Todos os Direitos Reservados

Acionista.com.br Copyright 2021 © Todos os Direitos Reservados

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte

Sem um preço-alvo, como você mede o sucesso dos seus investimentos?

Esse site usa cookies para personalizar o conteúdo, propagandas e acompanhar o tráfego de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade.