Após a última reunião do ano e última com Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central, nesta quarta-feira (11), o Copom anunciou a nova taxa básica dos juros do país, que passa de 11,25% ao ano para 12,25%, uma alta de 1,00 ponto percentual, uma decisão unânime. O Copom entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”
O mercado já precificava essa alta da Selic de 1 ponto percentual. A aposta foi reforçada pelas opções de Copom negociadas na B3 que indicam uma probabilidade de mais de 60% da taxa subir para 12,25%. Entre os economistas, entretanto, as estimativas de alta eram de 0,75 ponto percentual, como indicou a mediana apresentada pelo boletim Focus na segunda-feira (9). Mas o que está em jogo é a credibilidade do Banco Central e da futura gestão de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária.
A nota do BC diz que: “Em função da materialização de riscos, o Comitê avalia que o cenário se mostra menos incerto e mais adverso do que na reunião anterior. Persiste, no entanto, uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (ii) os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.”
Mais – Galípolo tem sinalizado que o BC adotará as medidas necessárias para levar a inflação para a meta. E isso significa subir os juros e deixar a taxa em um patamar mais alto por mais tempo.
(Fonte: Banco Central)