Ontem à noite, enquanto os telejornais e sites de notícia da Internet não falavam de outra coisa a não ser da eletrizante final da Copa do Qatar, em Brasília o ministro do STF, Gilmar Mendes, concedeu uma liminar autorizando o presidente Lula a reajustar os valores do Bolsa Família fora do teto de gastos.
Tudo bem, foi apenas uma liminar, que poderá ser derrubada pelo plenário da Suprema Corte, mas é bastante improvável que isso aconteça.
Eu sempre acompanhei, através da TV Justiça, as sessões do STF, mesmo antes deles assumirem o protagonismo que detêm no atual momento.
Naquela época, os ministros já desatavam nós importantes, como uma disputa entre um grande grupo empresarial e a União em torno de uma indenização ou valor de uma desapropriação.
Só a partir do escândalo do mensalão é que o Supremo passou a influir constantemente, e não raro reverter, decisões dos outros dois poderes.
Obviamente, se a deliberação do ministro Mendes prevalecer, como se espera, isso esvaziará o Centrão, principalmente a força do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que pretendia usar o Bolsa Família como instrumento de barganha para ser reeleito no comando da Casa a partir do início da nova legislatura, em fevereiro.
O curioso é que, faltando ainda 13 dias para a posse de Lula, parece que ele já está em pleno exercício de seu mandato, menos por seus méritos do que pelo abandono do Planalto pelo presidente em exercício.
Um forte abraço,
Ivan Sant’Anna
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