A participação das mulheres no mercado como investidoras vem crescendo progressivamente, mas ainda há um caminho a percorrer para alcançar uma maior representatividade. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 29% das mulheres têm o hábito de investir, em comparação a 34% dos homens.

Com isso, estima-se que 45% dos investidores brasileiros sejam mulheres, enquanto os homens correspondem a 55% do total. O percentual de investidoras, contudo, vem aumentando anualmente, impulsionado pela busca por independência e liberdade financeira. O perfil feminino, geralmente, é mais conservador, optando por estratégias que priorizam a segurança e a estabilidade.

Conforme especialistas, essa abordagem é influenciada por fatores como a menor propensão ao risco e a busca por proteção do patrimônio. Assim, embora haja mulheres que sejam mais arrojadas em seus investimentos, é comum observar uma preferência por opções de carteira recomendada de renda fixa e investimentos de menor volatilidade.

Alguns exemplos incluem títulos do Tesouro Direto, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de instituições financeiras sólidas e fundos de renda fixa conservadores. Essas aplicações são conhecidas por proporcionar retornos estáveis e previsíveis, oferecendo maior segurança e tranquilidade para quem deseja investir.

Elas investem na B3, mas há preferência por renda fixa

O número de mulheres que aplicam recursos na Bolsa de Valores do Brasil (B3) registrou um crescimento de 16,3% em 2022, alcançando cerca de 1,1 milhão de investidoras atualmente. Apesar do avanço, as mulheres representam 23% do total de contas habilitadas, enquanto os homens detêm a maioria, com 77%.

De acordo com o estudo “Raio X do Investidor”, a renda fixa é uma das modalidades preferidas pelas mulheres, sendo que 83% delas optam pela poupança, em comparação a 68% dos homens. No entanto, observa-se um aumento gradual na diversificação da carteira de investimentos entre o público feminino. Mais de 40% delas investem em dois ou mais produtos financeiros.

Quando se trata de investimentos de maior risco, como ações, fundos de investimento e moedas digitais, cerca de 11% dos investidores masculinos apostam nesses ativos, enquanto entre as mulheres esse número não ultrapassa 6%. Em relação aos objetivos, tanto homens quanto mulheres citam a aquisição da casa própria como principal meta de investimento.

A pesquisa revela diferenças significativas entre os perfis de investimento de homens e mulheres, que podem ser explicadas por aspectos socioeconômicos, como diferenças de emprego e renda. As mulheres ainda enfrentam disparidades salariais e muitas vezes assumem o sustento de seus lares, o que pode impactar sua capacidade financeira para investir.

Público feminino galga perfil de risco gradualmente

Embora o número de mulheres com perfil conservador para os investimentos ainda seja predominante, um levantamento da Mosaiclab revelou que elas também estão se aventurando em carteiras de maior risco. O interesse por perfis “arrojados” aumentou de 12% em 2020 para 18% em 2022.

A pesquisa também mostrou que mais de 61% das mulheres pretendem explorar o mundo da renda variável. Além disso, 86% delas expressaram vontade de aprender sobre investimentos, superando os homens (81%). Canais do YouTube e influenciadores digitais se destacam como fontes de informação sobre investimentos para mulheres, seguidos de sites oficiais de bancos e corretoras.

Os principais motivos que levam as mulheres a investir são a estabilidade e a independência financeira, de acordo com o estudo. A preferência por investimentos inclui ações (60%) e fundos imobiliários (40%). No entanto, uma em cada quatro mulheres ainda enfrenta barreiras devido à falta de conhecimento sobre investimentos.

Apesar das dificuldades existentes, há uma mudança em andamento na cultura brasileira em relação à liberdade financeira feminina. A expectativa é que esse avanço continue nos próximos anos por meio da educação financeira, proporcionando mais oportunidades e empoderamento financeiro para as mulheres.

(Material enviado pela ExpertaMedia/Fernanda Teodoro)

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