Temos visto um avanço significativo das mulheres no papel de liderança no mercado de trabalho e no empreendedorismo. Mas essas conquistas só foram possíveis, pois antes de nós muitas outras mulheres vieram abrindo caminhos.

O primeiro indicativo de avanço na participação feminina no mercado formal ocorreu com a Revolução Industrial. Mais tarde, após a Primeira Guerra Mundial, a inserção das mulheres nas organizações ganhou força. As guerras, de maneira geral também acabaram impulsionando muitas mulheres a deixarem seus lares e trabalhar fora. Isso porque várias ficaram viúvas diante da morte de seus maridos nas frentes de batalha. E até mesmo para prover o sustento dos homens que voltavam mutilados e com sequelas.

O direito ao voto, a um estudo formal, a ter conta em banco com seu próprio CPF foram mais algumas conquistas dos últimos dois séculos.

Entretanto, quero voltar ainda mais no tempo e contar a história de uma grande mulher que viveu a frente do seu tempo e pode ser encontrada na Bíblia, o maior “Best Seller” de todos os tempos.

Ela chama-se Débora. E foi a quarta juíza de Israel, por volta do século XII a.C. Juntamente com Baraque, liderou os israelitas contra o domínio de Canaã. A sua história é contada no livro de Juízes, capítulos 4 e 5.

Mas, o que tem de notável e diferente na história de Debora?

Primeiro por ser mulher, com muitas limitações imposta pela sociedade, ela se torna uma juíza do povo de Israel. O livro de Juízes nos relata que Débora se assentava debaixo das “palmeiras de Débora”, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim, e ali os israelitas de diversas tribos procuravam-na em busca de uma solução para suas causas, ou seja, Débora era a responsável por arbitrar as disputas daquele povo (Jz 4:4).

E havia alguns anos, o povo de Canaã oprimia os israelitas violentamente. Então o povo vai até ela pedindo ajuda como líder da nação. Mas ela não apenas orienta e forma um exército. Ela vai junto, no meio deles. Derrota os inimigos e há paz sobre Israel por 40 anos. Apesar de Débora ser considerada uma juíza comum, ou seja, de causa ordinária e não militar, ela ficou marcada por ser a pessoa que foi capaz de resolver o problema de fragmentação das tribos de Israel, reagrupando-as e chamando-as novamente à fidelidade a Deus.

Existem algumas tantas outras mulheres citadas na Bíblia que fizeram a diferença entre seus povos, liderando e empreendendo. Como existem inúmeras nos dias de hoje. Mulheres que mudam a realidade de suas casas, de suas famílias e do seu ambiente de trabalho.

Liderança Feminina como fator de mudança e crescimento

A liderança feminina vem se consolidando nas últimas décadas, como resultado de uma luta por direitos e equidade de gêneros. As organizações e equipes tem muito a ganhar ao investir na liderança feminina, pois suas competências de destaques como resiliência, comprometimento, atenção aos detalhes, maior flexibilidade, tendencia à cooperação e ao trabalho em equipe, boa desenvoltura para relacionamento interpessoal e representatividade fazem toda a diferença num ambiente corporativo.

Sem falar no aumento significativo nos lucros das empresas. É o que revela uma pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho que mostrou que mais de 70% das empresas vivenciaram um aumento de 5% a 15% nos lucros ao investir na contratação de liderança feminina.

Então, porque caminhamos ainda a passos lentos?

A organização Internacional do Trabalho (OIT) evidenciou, através de um relatório divulgado em junho deste ano que homens ganham até 24% a mais que as mulheres, ainda que atuando no mesmo setor. E que reduzir a desigualdade de gênero, em torno de 25% até 2025% poderia injetar US$ 5,8 trilhões para a economia global.

O poder da rede de apoio

No Brasil, apenas 20% dos profissionais que atuam na área de TI são mulheres. No mercado financeiro, 38% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres. E no agronegócio, as mulheres representam 19% dos cargos de gestão. Ainda é um percentual pequeno se pensarmos na relevância do trabalho e liderança feminina.

Contudo, algumas medidas já vêm sendo adotadas, inclusive como forma de rede de apoio e impacto para transformar a vida de muitas dessas mulheres.

E para apoiar outras mulheres, nada melhor do que compartilhar. Compartilhe histórias de sucesso e de dificuldades, isso vai criar empatia no local de trabalho. Mostrar vulnerabilidade, nem sempre é uma tarefa fácil, mas cria conexão e ajuda no processo.

O caminho para transformar o mercado de trabalho e a liderança feminina é sobre aprender, crescer e evoluir. Mas de forma inclusiva, sustentável e saudável. Pense nisso!

Até Breve!

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