Conhecido como “trabalho invisível”, a economia do cuidado consiste na realização de tarefas relacionadas a cuidar de alguém, e, na maioria das vezes, são atividades feitas por mulheres. Cuidar dos filhos, do marido, dos parentes próximos, cozinhar, limpar, estender e passar roupa são algumas das tarefas domésticas que se enquadram como economia do cuidado.

O termo “economia” é em razão da falta de remuneração financeira do trabalho doméstico. Quando contabilizadas, as tarefas cotidianas em que as mulheres exercem o “tempo de cuidar” resultam em 12,5 bilhões de horas por dia, que, se fossem remuneradas, seriam em torno de US$ 10 trilhões ao ano.

Isso gera um ciclo que alimenta a perpetuação do sistema machista e patriarcal – no qual os homens héteros, cis e brancos estão no poder -, uma vez que, se o trabalho do cuidado que ocupa tantas horas não é rentável, consequentemente, as mulheres têm cada vez mais dificuldade para conseguir independência financeira e/ou emocional. Além disso, tal situação ocasiona problemas a elas, como frustração com a própria carreira e limitação à esfera doméstica.

Economia do cuidado custa caro

Neste contexto, o ditado popular “tempo é dinheiro” se encaixa perfeitamente: exausta após exercer tantas atividades em prol dos outros, a mulher fica sem tempo para si mesma. Conquistar objetivos, ascender na carreira, capacitar-se em busca de melhores salários se tornam metas cada vez mais difíceis de serem alcançadas.

E, como se não bastasse, quando as mulheres ultrapassam as barreiras e conseguem chegar ao mercado de trabalho, são frequentemente vítimas de violência de gênero. É muito comum que, no ambiente de trabalho, elas sofram assédio por parte de seus superiores, além de serem excluídas e descredibilizadas. Ainda, estão vulneráveis a receber um salário menor, mesmo desempenhando a mesma função que uma pessoa do sexo masculino.

Além disso, muitas vezes, as mulheres têm seus direitos básicos negados, como o da licença-maternidade, que, por lei, é obrigação da empresa garantir que a mãe continue recebendo por 4 meses após o nascimento do bebê. Às vezes, sequer são contratadas por serem vistas historicamente como “sexo frágil”, pela possibilidade de engravidarem, por terem alterações de humor relacionadas à tensão pré-menstrual (TPM), etc.

E os homens?

Mas é devido a esses cuidados que a sociedade hoje é formada. Todos os adultos um dia precisaram ser cuidados, alimentados, protegidos. A questão é a falta de reconhecimento e remuneração desses trabalhos e a sobrecarga deles sobre a mulher. Os homens, por exemplo, quase não sofrem pressão social em relação ao trabalho doméstico. Limpar, cuidar, criar, educar e cozinhar são tarefas que, geralmente, ficam somente sob responsabilidade da mulher.

Por isso, é importante, gradativamente, alterar esse cenário de desigualdade de gênero. Movimentos feministas lutam para que, no futuro, as mulheres consigam se desprender de amarras sociais relacionadas à vida doméstica e consigam ascender na carreira de forma igualitária, com seus direitos sendo respeitados e garantidos.

(Enviado por Conversion)

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