MRV

O BTG Pactual afirmou que a recuperação financeira da MRV (MRVE3) está demorando mais do que o esperado e pode se estender ainda mais. A avaliação do banco acontece após o balanço financeiro da companhia referente ao 4° trimestre, divulgado na última segunda-feira (24).

A margem bruta, por exemplo, teve avanço mínimo, já que a empresa ainda enfrenta estouros de custos em seus projetos no Brasil.

Além disso, a perspectiva para a Resia piorou, principalmente devido aos juros elevados nos Estados Unidos (EUA), o que impacta diretamente seu modelo de negócios.

Diante disso, mesmo com um valuation descontado — a MRV negocia a 0,6x P/TBV —, o banco acredita que os desafios estruturais da empresa e o cenário macroeconômico adverso podem dificultar uma recuperação rápida.

Assim, o BTG anunciou que deve revisar seu modelo de recomendação na ação para 2025, incorporando um cenário mais conservador, diante dos desafios enfrentados pela empresa.

“Planejamos revisar nosso modelo em breve, incorporando um cenário mais difícil para 2025, pois acreditamos que nossas projeções atuais estão otimistas demais”, comentou o BTG.

Atualmente, a recomendação do BTG para a MRVE3 é de compra, com preço-alvo de R$ 17,00.

Os números da MRV no 4° trimestre

A MRV (MRVE3) apresentou um resultado abaixo do esperado no quarto trimestre de 2024, registrando um prejuízo líquido de R$ 250 milhões, segundo análise do BTG Pactual.

O desempenho foi impactado por perdas superiores ao previsto na Resia, sua operação nos Estados Unidos, além do aumento na carga tributária devido à reversão de benefícios fiscais.

Apesar da receita líquida de R$ 2,38 bilhões, um crescimento de 22% ano contra ano, e de uma margem bruta ajustada de 29,9%, a companhia sofreu com provisões mais altas para custos de construção.

O EBITDA (lucro antes juros) ajustado ficou em R$ 179 milhões, 47% abaixo da projeção do BTG, refletindo as perdas da Resia e pressionando o resultado final.

Apesar disso, um dos poucos pontos positivos do balanço foi a geração de caixa de R$ 312 milhões, impulsionada principalmente pela venda de recebíveis, que gerou uma entrada líquida de R$ 377 milhões no segmento de baixa renda.

No entanto, a companhia encerrou o ano com uma dívida líquida de R$ 6,2 bilhões, representando 82% do seu patrimônio líquido, além de outros R$ 3,8 bilhões em passivos de cessão de crédito.

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