O Brasil é pródigo em fazer leis – o arcabouço, palavra em moda, que o diga – mas não exatamente em cumpri-las. Isto vale também pra tratados, convênios, acordos etc assinados. O BNDES, que deve ser um banco de fomento do Estado e não de governo, tem página na internet demonstrando o monitoramento de indicadores de resultado de seus projetos nas seguintes áreas: florestal, energia (renovável), mobilidade urbana (transporte sobre trilhos e BRTs), resíduos sólidos, iluminação pública e transporte (deslocamentos de cargas).
Esta informação concentrada tem base na NDC, sigla, em inglês, para as metas de redução de gases de efeitos estufa (GEE) chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada. Pelo acordo, subscrito pelo Brasil, o país deverá reduzir suas emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030 (sobre as emissões de 2005). É preciso acompanhar isto.
A título de exemplo, os projetos aprovados na área de energia (entre 01 de janeiro de 2015 e 31 de março deste ano) têm potencial para reduzir emissões de 88 milhões de toneladas de CO2 (equivalente a produzir a energia consumida no estado do Rio de Janeiro por 31 anos). No segmento transportes são 8 milhões de toneladas de CO2, sendo equivalente a um ano e meio sem carros na Região Metropolitana de São Paulo (algo em torno de 20 milhões de veículos).
A economia de 100 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, com os sete setores somados, é alvissareira. Mas, isolados, os números podem se transformar em meras estatísticas e que, por isso mesmo, necessitam ser acompanhados, fiscalizados e comprovados.
PROPULSÃO
A Embraer anunciou no sábado, 17, por meio de Fato Relevante, o fechamento de acordo com um parceiro japonês para a criação de nova empresa, voltada à fabricação de motores para o setor aeroespacial. É a Nidec Aerospace, que terá 51% de participação da Nidec e 49% da companhia brasileira.
O volume de aportes será de US$ 78 milhões, até 2026, e a parte burocrática desse projeto deverá estar concluída até 31 de dezembro deste ano. A nova companhia terá sede no centro-oeste dos Estados Unidos (estado do Missouri) e contará com suporte de suas controladoras no Brasil e no México.
O primeiro cliente a adquirir os Sistemas Elétricos de Propulsão é a Eve Air (aquela do carro voador).
NO AR
A Azul anunciou o lançamento de uma oferta de troca (exchange offer) de títulos com vencimento em 2024 e 2026 (senior notes), para títulos de longo prazo com vencimento em 2029 e 2030, respectivamente.
A operação é parte do plano de reestruturação financeira, cuja etapa inicial foi um acordo com empresas de arrendamento e fabricantes de aeronaves, anunciado em março, permitindo melhora na geração de caixa da empresa.
NA TERRA
A Localiza protocolou pedido de registro, no fechamento da semana, dia 16, para uma Oferta Pública Primária, inicialmente, de 60.024.010 de ações ordinárias. Isto é aproximadamente 7% do volume das ações da companhia.
Caso haja demanda que justifique, o lote poderá chegar a 7.503.002 de ordinárias de emissão da companhia. Em nota, a Localiza informa que os recursos obtidos na operação serão destinados à expansão da frota e da rede de atendimento.
Com os descontos dos veículos automotores em vigor (de até 10%), para carros abaixo de R$ 120 mil, somados aos bônus dos pacotes que locadoras fecham direto com as montadoras (chegando a 35% de redução sobre o preço final) desenha-se uma grande oportunidade para esta que já é a maior locadora do continente, após a fusão com a Unidas.
NO SUBSOLO
A CVM pediu e a Gerdau esclareceu, na sexta, 16, informações divulgadas sobre o investimento de R$ 3,2 BI na área de mineração, em Minas Gerais. Segundo a companhia, o aporte será realizado no período de 2023 a 26, com vistas a garantir autossuficiência de minério de ferro, e que este valor está dentro do guidance anunciado em março deste ano.
ÍNDICE
O Ibovespa, principal índice da B3 (cuja criação pode ser vista no livro “Abamec 30 Anos”, da lavra deste colunista), completa 55 anos agora. Com 86 ativos e valor de mercado de R$ 3,3 trilhões, o índice é também um respeitável termômetro para a economia brasileira.
INVESTIDORES
Cresceu, em um milhão, o número de investidores em Bolsa. De acordo com a B3, o primeiro trimestre do ano fechou com 6,1 milhões de investidores pessoa física no Brasil, acumulando total de R$ 439 BI sob custódia. Este, somado ao volume aplicado em renda fixa, eleva o valor sob custódia a R$ R$ 2,2 TRI e um total de 17, 5 milhões de investidores (excluída a duplicidade de investidores em renda fixa e variável).
POLÍCIA
Em 2 de Junho, o Executivo enviou o Projeto de Lei 2925/23 para o Congresso em que amplia os direitos dos acionistas minoritários (podendo estes mover ações civis coletivas contra companhias, quando se sentirem lesados).
No dia 13 último foi a vez da Comissão Jurídica (Cojur) da Abrasca (associação das companhias abertas) se reunir para discutir o PL, internamente, que, entre outros pontos, confere poderes de polícia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
MADEIRA
Visando apresentar as vantagens e desafios da economia verde a um seleto grupo de investidores, empresários e governo do estado, a Associação Mineira da Indústria Florestal (AMIF) promoverá o “Timber Talks MG 2023”, em 3 de agosto próximo.
Entre o time de convidados, de primeiríssima linha, estão confirmados Carlos Takahashi (BlackRock Brasil), Carolina Learth (Negócios Sociais de Impacto do Santander) e Wagner Barbosa (ArcelorMittal).
Para o programa completo acesse www.timbertalks.com.br