O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 7,5%, na atividade econômica no terceiro trimestre, em comparação ao segundo; e crescimento de 1,1% em setembro, em comparação a agosto, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). Na comparação interanual, a economia apresentou queda de 4,4% no terceiro trimestre e de 2,3% em setembro.
‘O forte crescimento de 7,5% da economia brasileira no 3º trimestre, reverte, em parte; a forte retração de 9,7% registrada no 2º trimestre deste ano, em função da chegada da pandemia de Covid-19 ao Brasil, a partir de março. No entanto, este crescimento não é suficiente para recuperar o nível de atividade econômica que ainda se encontra 5,0% abaixo do observado no 4º trimestre do ano passado. Apesar da recuperação disseminada entre as atividades econômicas, nota-se que o setor de serviços ainda apresenta grande resistência à recuperação com grande influência das atividades de administração pública e de outros serviços. Mesmo com a flexibilização das medidas de isolamento e pequena melhora marginal dos setores de alojamento, alimentação, serviços prestados às famílias, educação e saúde, o crescimento observado ainda é muito pouco em comparação a deterioração, causada pela pandemia, observada nestes segmentos. A elevada incerteza quanto ao futuro da pandemia tem inibido a recuperação mais robusta do setor de serviços; que é a atividade mais relevante da economia brasileira’, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
A economia cresceu 7,5% no terceiro trimestre, em comparação com o segundo. À exceção da agropecuária, que não foi impactada diretamente pela pandemia, todas as demais atividades apresentaram crescimento nesta comparação, tendo em vista que o resultado do segundo trimestre havia sido muito negativo para grande parte dos setores. Pela ótica da demanda, foram registradas retrações tanto na exportação quanto na importação, embora a retração deste último tenha sido muito mais expressiva (-8,8%).
Em setembro, a economia apresentou seu quinto mês de crescimento consecutivo, na comparação contra o mês imediatamente anterior. O crescimento de 1,1% deve-se ao desempenho da indústria e de serviços, pela ótica da oferta; e do consumo das famílias e da formação bruta de capital fixo, pela ótica da demanda. Na comparação interanual, a queda de 2,3% é explicada principalmente pela retração dos serviços e da agropecuária (-4,0% e -3,5%, respectivamente); tendo em vista que a indústria voltou a crescer (2,2%) após seis meses de quedas consecutivas.
Em termos monetários, o PIB em valores correntes foi de aproximadamente 5 trilhões; 582 bilhões e 643 milhões de Reais no acumulado do ano até o terceiro trimestre.