Ontem, no início da tarde, o presidente Biden anunciou o banimento total de petróleo e gás russo (nos EUA, representa cerca de 8% do total) e outros países também anunciaram restrições parciais (na Europa, a situação é bem mais crítica). Além disso, novas sanções foram aplicadas e acabaram permitindo a leitura que o sufocamento financeiro e o isolamento da Rússia levariam a algum acordo. Zelensky, por sua vez, também moderou o discurso de entrada na OTAN, facilitando um acordo.
Os mercados melhoraram, mas ainda terminaram o dia no campo negativo. A Bovespa encerrou com queda de 0,35%, aos 111.203 pontos, dólar em queda de 0,52%, para R$ 5,05, Dow Jones com recuo de 0,56% e Nasdaq perdendo 0,28%.
Hoje, os mercados da Ásia terminaram o dia com quedas durante a madrugada, mas as Bolsas da Europa abriram com grande rally e até acelerando mais (Frankfurt com alta de mais de 5%). O mesmo acontece com os futuros do mercado americano com boas altas. Aqui, precisamos ultrapassar novamente a área de 1125.00 pontos para tentar ganhar maior tração e atingir novamente os 115.000 pontos. Mas é certo que a volatilidade vai continuar nos mercados de risco, acompanhada da rotação intensa de ativos.
Na Rússia, outras multinacionais estão suspendendo atividades como o McDonald’s, com suas 847 lojas, Starbucks, Coca-Cola e Pepsi. O banco central russo também voltou a restringir operações com moedas estrangeiras, e até 09/09 só podem ser sacados US$ 10.000. O excesso será em rublos pela cotação do dia. Putin também proibiu a importação e exportação de matérias-primas. Já a Fitch, uma das três maiores agências de classificação de risco, rebaixou o grau da Rússia de B para C, por conta de default iminente.
Na China, a inflação pelo PPI (atacado) de fevereiro caiu para 8,8% na comparação anual, sendo a menor dos últimos oito meses. Líderes da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes recusaram conversar com Biden, assim como foi feito com a Venezuela. No Japão, o PIB do 4º trimestre na comparação anual expandiu 1,1%, mas a prévia anterior era de +1,3%.
No mercado internacional, o petróleo WTI, negociado em NY, mostrava queda de 0,68%, com o barril cotado a US$ 122,86. O euro era transacionado em alta para US$ 1,10 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,90%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex, e commodities agrícolas com desempenho mais para positivo na Bolsa de Chicago.
Aqui, a novela sobre combustíveis ainda sem final, com uma reunião marcada para hoje entre Paulo Guedes, Rodrigo Pacheco e Jean Paul Prates (relatos no Senado). Prates até abre mão de mexer com o ICMS, enquanto Paulo Guedes disse “esqueçam esse troço de congelamento”. O que parece estar vingando é subsidiar preços por um prazo de 3 a 6 meses, mas o custo é elevado e pode chegar a R$ 200 bilhões.
Na agenda do dia, teremos a produção industrial de janeiro pelo IBGE, com mediana das previsões em -1,8%, e o fluxo cambial pelo Bacen na semana anterior. Nos EUA, o relatório Jolts sobre vagas criadas de trabalho e oferta e demanda agrícola pela USDA, além dos estoques de petróleo e derivados na semana anterior pelo Departamento de Energia (na API, subiram 2,8 milhões de barris).
Expectativa de Bovespa em boa alta, mas petróleo em queda e Petrobras podem inibir. Dólar ainda fraco e juros em queda.