Faz tempo que anunciamos que a volatilidade nos ativos de risco estava bastante elevada, por conta das incertezas que ocorrem por aqui e também no exterior. Bom exemplo disso pode ser extraído do comportamento dos índices no mercado americano, quando na semana passada, o Nasdaq fechou com queda de 2,06%, enquanto o Dow Jones em alta de 1,82%. Hoje pudemos observar a mesma tendência, com Nasdaq novamente em queda, enquanto o Dow Jones batia novo recorde histórico de pontuação intraday.  Por aqui, temos tido alternância de sinais num mesmo pregão e sem tendência definida, abrangendo também, além da Bovespa, o câmbio e os juros.

Hoje foi dia de Bolsas da Europa operarem com fortes altas, mercado americano indefinido e a Bovespa novamente pressionada na ponta vendedora. O lado político segue pesando, assim como a economia que depende de vacinação massiva e de domar o grave quadro fiscal. No pós-pandemia, teremos pela frente doloroso ajuste fiscal, e isso será complicado, pois, já estaremos nos aproximando de nova eleição majoritária e também de governadores.

No exterior, a diferença foi mesmo a aprovação no sábado do pacote fiscal americano pelo Senado, no montante de US$ 1,9 trilhão, atingindo quem mais precisa e empresas de pequeno porte. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, não acredita que isso causará mais inflação, com os preços muito baixos e fora da meta do FED. O FED prolongou benefícios que venceriam em março por mais três meses e poderá acelerar ainda mais a vacinação. Lá, os estoques no atacado de janeiro cresceram 1,3%, mais do que o previsto de +0,9%. 

O primeiro-ministro britânico é que comemorou a volta das crianças às escolas e anunciou que já vacinaram um terço da população.  No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda (revertendo alta) de 2,06%, com o barril cotado a US$ 64,73. O euro era transacionado em queda para US$ 1,186 e notes americanos de 10 nos com taxa de juros de 1,57%. O ouro e a prata com quedas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago. O minério de ferro negociado em Qingdao na China fechou com alta de 0,13% e tonelada cotada a US$ 174,34.

No segmento local, destacamos que especuladores seguiram apostando contra o real no mercado de Chicago, no maior movimento de venda desde novembro. A inflação medida pelo IGP-Di de fevereiro foi de 2,71%, deixando a inflação de 2021 em 5,69% e em 12 meses já com 29,95%, muito motivada por gasolina, alimentos e energia. Já o IPC-S da primeira quadrissemana de março subiu para 0,67%, vindo de 0,54%.

A pesquisa semanal Focus do Bacen trouxe números novamente piores, com a inflação do ano em alta para 3,98% (anterior em 3,87%), taxa Selic estabilizada em 4% e PIB de 2021 desacelerando para 3,26% (de 3,29%). Dólar em alta para R$ 5,15 no final do ano, e produção industrial crescendo para 4,37% (de 4,30%). Déficit primário previsto em 2,80% do PIB e nominal estável em 7%. O superávit da balança comercial projetado em desaceleração para US$ 55 bilhões. Aliás, o déficit da primeira semana de março ficou em US$ 427,6 milhões.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) registrou que a produtividade do trabalho em 2020 declinou 0,60%, e o Congresso está sendo pressionado para assumir o comando da covid-19. Já Bolsonaro, disse querer paz e respeito, mas alguns estão se excedendo. Acrescentou que seu exército não irá para rua obrigar as pessoas a ficarem em casa. Mas como “querer paz” com as sistemáticas declarações dadas? Em outro episódio, o ministro do STF, Edson Fachin, anulou todas as condenações de Lula relacionadas com a Lava Jato e fez a Bovespa realizar forte com dólar e juros batendo a máxima do dia. Como diriam, aqui até o passado é incerto!  Mas é preciso entender melhor o voto monocrático. 

No mercado, o dia foi de dólar novamente oscilando bastante para encerrar o dia com +1,67% e cotado a R$ 5,78. Na Bovespa, na sessão de 4/3, os investidores voltaram a sacar recursos liquidamente, deixando o mês de março negativo em R$ 3,56 bilhões, mas, no ano, ainda com ingresso líquido de R$ 13,21 bilhões (Já foi quase R$ 30 bilhões em 2021).  

No mercado acionário, dia de forte alta na Europa, com a Bolsa de Londres subindo 1,34%, Paris com +2,08% e Frankfurt com +3,31%. Madri e Milão também com altas de respectivamente 1,90% e 3,12%.

No mercado americano, o Dow Jones com +0,97% e Nasdaq com -2,41%. Na Bovespa, dia de queda de 3,98% e índice em 110.611 pontos.

Na agenda de amanhã, teremos o IPC da Fipe da primeira quadrissemana de março, o volume de serviços prestados em janeiro e dados do Caged de janeiro. Nos EUA, a confiança do pequeno empresário e, durante a noite, dados de inflação CPI e PPI) da China em fevereiro.

São muitas as informações para serem avaliadas e reverberadas pelos investidores e, por aqui, um pouco mais

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