A tensão só aumenta juntos aos investidores com as decisões de bancos centrais sobre política monetária. Hoje é dia de decisão do FED e também do nosso Copom, seguida amanhã pelo BC da Inglaterra e, na sexta-feira, pelo do Japão. Ontem os mercados já deram demonstrações disso, atuando com maior prudência, muita oscilação intraday e fechamentos comedidos.

Hoje, mercados da Ásia encerraram o dia com pequenas oscilações e viés negativo, Europa operando com o mesmo receituário de queda e futuros do mercado americano com comportamento misto nesse início de manhã. Aqui, nada indica comportamento diferente disso, mas seria bom que conseguíssemos ultrapassar o patamar de 115.000 pontos do Ibovespa com consistência para buscar objetivos maiores.

O FED deve manter a política monetária estabilizada e melhor suas projeções de indicadores econômicos, muito em função do pacote fiscal recém aprovado de US$ 1,9 trilhão e de maiores gastos pessoais. A coletiva do presidente Jerome Powell parece ser ainda mais importante com abordagem sobre inflação e juros em alta. Aqui, o consenso é de Selic subindo 0,50%, para 2,50%, mas existe espaço para surpresa com 0,75%, se quiser ser mais agressivo. Porém, é certo que o comunicado será bem mais duro sobre o futuro.

Hoje, os treasuries americanos voltam a assustar em alta, com os notes de 10 anos com taxa de juros atingindo 1,652% e o indicador DXY também em alta do dólar. O presidente Joe Biden declarou que negocia com vários países doações de eventuais excessos de vacinas compradas. Os EUA também anunciaram sanções contra 24 dirigentes de Hong Kong, na véspera da reunião sobre cooperação com os chineses. Na zona do euro, a inflação medida pelo CPI de fevereiro registrou alta de 0,9% na comparação anual e no mês de fevereiro +0,2%, com núcleo subindo na comparação anual para 1,1%.

A AIE- Agência Internacional de Energia divulgou relatório sobre o petróleo no médio prazo, com previsão de demanda crescendo para 104 milhões de barris dia em 2026, saindo dos atuais 91 milhões. Para o Brasil, estimou aumento da produção em 1,2 milhão de barris dia até 2026. Falando de petróleo, o WTI negociado em NY mostrava nova queda de 0,69%, com o barril cotado a US$ 64,35. O euro mostrava leve alta para US$ 1,191 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em alta para 1,652%. O ouro e a prata tinham altas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto e viés de queda.

Aqui, o governo incluiu finalmente a Eletrobrás e os Correios no programa nacional de desestatização e a Câmara aprovou o texto-base do marco de gás, rejeitando as mudanças pelo Senado e também os destaques. A Fipe anunciou o IPC da segunda quadrissemana de março com alta para 0,40%, vindo de anterior em 0,20%.

A agenda do dia tem grande capacidade de mudar o comportamento dos mercados, principalmente com a decisão do FED, que sai as 15:00 horas de Brasília. Aqui, o fluxo cambial da semana anterior dá o tom, e mais tarde a decisão do Copom.

Expectativa para o início do dia com a Bovespa fraca, dólar um pouco mais forte e juros operando expectativa do Copom.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte