Ontem os investidores em todo o mundo operaram com o “freio de mão puxado” nos mercados de risco e as oscilações foram diminutas. A Bovespa ainda encerrou o dia com valorização de 0,18% e índice em 113.793 pontos e o dólar com ligeira alta de 0,19% em R$ 5,12. Nos EUA, os três indicadores voltaram a bater recordes de pontuação intraday, com Dow Jones com +0,35% e Nasdaq com +0,50%. 

Hoje os mercados da Ásia encerraram o dia com altas, Europa começando pregões em alta e futuros do mercado americano no campo positivo. Aqui, seguimos marcando como objetivo a ser atingindo a faixa de 115 mil/116 mil pontos, mas será preciso o concurso de recursos de investidores estrangeiros que têm alocado muito em novembro e dezembro (até 4/12).

Motivo da alta de hoje pode ser atribuído ao pacote anunciado pelo governo japonês, a expectativa de pacote fiscal nos EUA (novela sem fim), imunização contra a covid-19 e ainda acordo entre União Europeia e o Reino Unido para o pós-Brexit.

No Japão, o governo do primeiro-ministro Suga anunciou pacote de estímulos de 73,6 trilhões de ienes. Nos EUA, boas chances de aprovação de pacote fiscal pouco superior a US$ 900 bilhões, mas, Nancy Pelosi presidente da Câmara, diz que o líder do governo de Trump, McConnell, atrapalha as negociações.  Já sobre vacinas e imunização, investidores mantêm boa expectativa que isso possa ensejar recuperação mais rápida das economias, mas temos um revés.

O Reino Unido relatou hoje reação alérgica em duas pessoas a vacina aplicada da Pfizer. 

Já sobre o Brexit, foi anunciado acordo preliminar, e Angela Merkel, da Alemanha, ainda acha possível ampliar negociações. Aliás, Merkel disse querer maiores restrições ao contato social, para evitar contágio maior pelo vírus. Na Alemanha, o superávit da balança comercial de outubro subiu para 18,2 bilhões de euros, fruto de exportações em alta de 0,8% e importações crescendo 0,3%.

Na China, a inflação de novembro medida pelo CPI (consumidor) ficou negativa em 0,5% anualizada, quando o esperado era estabilidade. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,90%, com o barril cotado a US$ 46,01. O euro era transacionado em alta para US$ 1,21 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,94%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas com viés de alta na Bolsa de Chicago.

Aqui, Bolsonaro desautorizou o vice Mourão a falar sobre tecnologia 5G e participação da gigante chinesa Huawei e disse manter excelente entrosamento com a Câmara e Senado. O ministro da Saúde, Pazuello, também foi muito pressionado pelos governadores sobre imunização da população e podem recorrer ao STF.

Paulo Guedes declarou hoje que, antes do final do ano, vai anunciar redução generalizada de subsídios, que com a recuperação da economia voltam as reformas estruturais e disse que o país mantém compromisso com om o acordo de Paris e que a entrada na OCDE seria bom sinal.  A Fipe também anunciou o IPC da primeira quadrissemana de dezembro em desaceleração para 0,97%, vindo de anterior em 1,03%.

Na agenda do dia, nenhum indicador com grande capacidade de mexer com os mercados e vamos ficar por conta do noticiário internacional. A expectativa é de Bovespa em alta, dólar pode subir, mas a tendência externa ainda é de fraqueza e juros ajustando por conta do IPCA anunciado ontem.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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