Na semana passada, com clima político interno mais ameno e tendo com cenário básico a recuperação econômica global, a Bovespa encerrou o período com alta acumulada de 3,12% e índice em 96.764 pontos, depois de atingir 97.864 pontos. O dólar terminou a semana cotado a R$ 5,31, com desvalorização de 2,38%. No mercado americano com menos um pregão, o Dow Jones registrou alta de 3,24% e o Nasdaq com +4,16%.

A nova semana começando forte na Ásia com destaque para o rali de alta da Bolsa de Xangai com +5,71%, a maior alta diária desde 2015 e a maior pontuação desde o início do ano de 2018. Tudo fundada na recuperação econômica vislumbrada pelos índices anunciados na semana anterior. A Europa indo na mesma direção neste início de manhã com valorizações ao redor de 2,0% e acelerando, e os futuros do mercado americano com ganhos na faixa de 1,5%.

Aqui, podemos chegar próximos dos níveis que temos marcado como importantes para serem superados, na casa de 98.000/99.000 pontos para ganhar força e bater acima de 100.000 pontos. O ETF mais conhecido do Brasil (EWZ) mostrava alta de 3,90% no pré-mercado americano e o ADR de Petrobras registrava alta de 2,12%.

Na Alemanha, as encomendas à indústria de maio observaram expansão de 10,4%, mas a previsão era de alta de 15%. Na Zona do Euro, as vendas no varejo tiveram alta de 17,8%, quando o previsto era expansão de 14%. A Europa ainda repercute a expectativa de retomada da economia e o desenvolvimento de vacinas e sua rápida aplicação.

O petróleo também ajudava com alta no início do dia pelo fato da gigante saudita Aramco ter anunciado elevação de preço para agosto. Mas agora o óleo WTI negociado em NY mostrava leve queda de 0,10%, com o barril cotado a US$ 40,61. O euro era transacionado em alta para US$ 1,13 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,69%. O ouro operava em queda e a prata em alta na Comex e commodities agrícolas com viés de alta.

Aqui o ministro da Educação indicado declinou do convite e Renato Feder não assumirá o cargo. Já o presidente da Câmara Rodrigo Maia disse que a prioridade para o segundo semestre será a reforma tributária. Mas se fala também da quase certeza de tributação dos dividendos distribuídos, o que não é boa notícia para o mercado acionário.

O ministro Paulo Guedes, em entrevista ontem, disse que quer aprovar a reforma tributária ainda nesse ano de 2020 e que os marcos regulatórios vão destravar os investimentos, notadamente o do saneamento, cujo texto básico já foi aprovado. Falou ainda, sem citar nomes, que pretende fazer quatro privatizações nos próximos 60/90 dias.

Na economia, a FGV anunciou que a inflação medida pelo IPC-C1 de junho (baixa renda) foi de 0,33%, contra deflação de -0,30% no mês anterior. A expectativa para o dia é de Bovespa em boa alta seguindo o exterior, dólar ainda fraco e juros em queda. Mas a atenção vai estar voltada também para a expansão do covid-19 no mundo e principalmente nos EUA, mais especificamente na Flórida.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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