Ontem a Bovespa desacelerou no final da sessão, principalmente em função dos primeiros comentários depois da divulgação pela equipe econômica do PLOA (Projeto de Lei do Orçamento Anual) do ano de 2021. A Bovespa terminou o dia com queda de 2,72%, aos 99.369 pontos e o dólar com alta de 1,47% e cotado em R$ 5,49. O Dow Jones fechou com queda de 0,78% e Nasdaq, com alta e novo recorde de pontuação, em +0,68%.

Hoje mercados da Ásia com comportamento misto e destaque para alta de Seul com +1,01%, Europa começando o dia com alta e até acelerando um pouco e futuros do mercado americano em leve alta e Nasdaq seguindo forte. Aqui, precisamos recuperar o patamar perdido de 100 mil pontos do Ibovespa e não perder 98 mil pontos, sob pena de acelerar quedas.

O dia está sendo de divulgação de indicadores PMIs da indústria em diferentes países para o mês de agosto. Na China, o PMI Caixin subiu para 53,1 pontos, no maior patamar em quase uma década. Na Alemanha, o índice subiu para 52,2 pontos, mas veio menor que o previsto. Na zona do euro, o índice industrial em queda para 51,7 pontos e no Reino Unido alta para 55,2 pontos. Lembramos que indicadores acima de 50 pontos mostram expansão da atividade.

Ainda na zona do euro, a inflação de agosto medida pelo CPI (consumidor) surpreendeu com deflação de 0,2% e a taxa de desemprego subiu para 7,9% em julho, mas o previsto era 8%. Na Coreia do Sul, o PIB do segundo trimestre mostrou contração de 2,7% e na Austrália o banco central manteve os juros básicos de 0,25%, no menor nível histórico.

Já a Argentina indicou que conseguiu reestruturar 99% de sua dívida e agora espera fechar acordo com o FMI. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 1,08%, com o barril cotado a US$ 43,07. O euro era transacionado em alta para US$ 1,199 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,72%. O ouro e a prata tinham altas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.

No cenário local, os primeiros comentários sobre o orçamento de 2021 dão conta de ser uma peça de ficção, pois não contempla o Renda Brasil e sem definição sobre o programa Pró-Brasil. A conclusão é que é irrealista. Segundo o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, o Brasil deve seguir com déficit primário até 2026/27.

A FGV anunciou que o IPC-S de agosto subiu para 0,53%, vindo no mês anterior de 0,49%. No mercado, a expectativa é de Bovespa tentando recuperar parte das perdas de ontem, dólar mais fraco e juros em queda; apesar das pressões. Também temos que considerar a agenda cheia que inclui a divulgação do PIB do segundo trimestre do Brasil e o saldo da balança comercial de agosto, com capacidade de mexer com o humor dos investidores locais. Nos EUA, teremos indicadores de atividade PMI e ISM, os investimentos em construção de julho e as vendas de veículos em agosto.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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