Ontem, comentamos aqui nesse espaço sobre a sucessão de notícias ruins tanto no cenário internacional, quanto no local, e como isso afetou o desempenho dos mercados de risco no mundo. Sanção estudada pelos EUA contra a China, a China respondendo no mesmo tom, declarações de Jerome Powell do FED sobre a recuperação lenta da economia americana na saída da pandemia e afastando a possibilidade (pelo menos no momento) de juros negativos.

Também tivemos projeções ruins de recuperação da economia da região do euro pelo BCE (BC europeu), e do FMI sobre o crescimento global. Aqui, as projeções de queda do PIB em 2020 cada vez piores e o governo claramente admitindo não haver folga fiscal para ajudar a economia e realizar investimentos públicos. Resultado disso, a Bovespa revertendo para queda de 0,13% e índice em 77.772 pontos, dólar pressionado mesmo com Bacen realizando dois leilões de swap e fechando cotado em R$ 5,90, e Dow Jones em queda de 2,17% e Nasdaq com -1,55%.

Hoje, mercados da Ásia e da Europa capturaram esse clima e operando em quedas, futuros do mercado americano novamente passando para o campo negativo e aqui, como temos alertado, seria bom não perder o patamar de 76 mil pontos sob pena de haver nova pressão vendedora, além da exercida pelos investidores estrangeiros que já retiraram até 11/5 R$ 4,2 bilhões, deixando o ano com saídas líquidas de R$ 73,6 bilhões.

Mas o dia está começando também com previsões melhores de demanda por petróleo feitas pela AIE- Agência Internacional de Energia, reduzindo a queda da demanda anteriormente projetada em 700 mil barris para 8,6 milhões, fruto do relaxamento do isolamento social e reabertura das economias. Além disso, pela contração de parte da oferta. Isso puxa os preços do óleo no mercado internacional.

Na Alemanha, a inflação de abril medida pelo CPI (consumidor) desacelerou para 0,9% anualizada, vindo de 1,4%. Já a China, o volume de investimento externo direto de abril foi de US$ 10,1 bilhões, mas em queda de 8,6%. O Chile é que anunciou lockdown na região da capital Santiago e o BOE (BC inglês) manifestou preocupações com uma segunda onda de contágio pelo Covid-19. O fundo gigante da Noruega é que retirou Vale e Eletrobrás de sua carteira, por danos ao meio ambiente.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 4,31%, com o barril cotado a US$ 26,38 (saindo da máxima do dia). O euro era transacionado em queda para US$ 1,08 e notes americanos com taxa de juros de 0,65% para o prazo de 10 anos. O ouro e a prata mostravam altas na Comex e commodities agrícolas com viés positivo na Bolsa de Chicago. O minério de ferro fechou em alta de 0,59% na China, com a tonelada em US$ 92,17.

Aqui, o Senado quer votar PL que limita juros em algumas linhas e os bancos entendem que se isso for feito, o crédito irá contrair, justamente numa fase necessária. Além disso, querem ampliar a CSLL (contribuição sobre lucro líquido), exatamente na hora que aumento de carga é condenável.

Na agenda do dia nenhum indicador importante para ser anunciado, mas a Petrobras anuncia seu resultado depois de pregão encerrado. Nos EUA, teremos os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior e os preços dos importados de abril. Durante a noite e afetando os mercados na sexta-feira, a China anuncia bateria de dados de conjuntura de abril.

O dia pode ser de Bovespa tentando se manter no positivo, mas com exterior inibindo isso, dólar ainda pressionado, mas com possibilidades de realização de lucros recentes e atuação do Bacen e juros em queda.

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