É bom lembrar estamos no mês dedicado ao combate e à prevenção do câncer de mama, por isso, não esqueça que, assim como nos mercados, sempre devemos nos antecipar e tentar entender os sinais antes que as consequências da doença apareçam de forma aguda. Cuidado é tudo!

Neste mês, o mercado acionário local vem apresentando resultados positivos, com alta acumulada até aqui de quase 6,50%, o que não deixa de ser alvissareiro perante todas as confusões externas e internas. Outubro também marcou retorno tímido dos investidores estrangeiros, já que fazia tempo que só computávamos saídas líquidas.

Esperamos que o último decêndio mantenha essa situação e que o índice consiga superar a faixa de 103 mil a 105 mil pontos do Ibovespa.

No entanto, a tônica de hoje foi a volatilidade e indecisão dos investidores no mundo, principalmente em função dos avanços e retrocessos no novo pacote fiscal americano, que novamente pode sair em 48 horas. Aqui, o ataque histriônico do presidente Bolsonaro sobre o protocolo de compra de vacinas de origem chinesa.


No exterior, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, declarou-se otimista com a chance de mais um estímulo fiscal ser acordado entre o governo e a oposição, e volta a conversar com o secretário do Tesouro dos EUA, Mnuchin, no meio dessa tarde. Até aqui, não tínhamos notícia do ocorrido. Já o Reino Unido, disse que vai intensificar discussões com a União Europeia sobre o Brexit ainda nessa semana.

Alguns dirigentes do FED voltaram a falar hoje e Lael Brainard, integrante do comitê de política monetária do Federal Reserve, apontou que a recuperação está sendo desigual e novo apoio fiscal é necessário.

Já Kaplan, do FED de Dallas, segue afirmando que a queda do PIB em 2020 será de 2,5%, com recuperação em 2021 de 3,5%.

Ainda nos EUA, tivemos a divulgação de dados do Livro Bege, uma síntese da economia, mostrando dados moderados de emprego em alta, salários e atividade industrial. Mas a perspectiva segue sendo otimista, mas com alto grau de incerteza. Resumindo, andam no sentido positivo, mas lentamente.

O BOE (BC inglês) declarou não descartar juros negativos, mas o momento não seria agora. Certamente vai esperar as negociações do Brexit. No mercado internacional, forte queda do petróleo WTI de 3,88% (chegou a cair mais), com o barril cotado a US$ 40,08. O euro era transacionado em alta para US$ 1,186 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,81%. O ouro e a prata em altas na Comex (dólar novamente em queda ajudou) e commodities agrícolas com comportamento misto. O minério de ferro teve alta na China de 0,74%, com a tonelada em US$ 120,49.

No segmento local, reverberou bastante as declarações do presidente Bolsonaro sobre cancelar a compra de 46 milhões de doses de vacina chinesa em acordo operacional com o Butantã, que foi interpretada como decisão política em represália ao governador João Dória. O ministro Pazuello que está com covid-19, segundo o noticiário ficou melindrado e pode sair. De qualquer forma, as redes sociais se movimentaram muito (contra e também a favor) causando mais ruídos.

O secretário do Tesouro, Bruno Funchal, disse não saber como seria a execução do Tesouro em janeiro se não for votada a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Disse que, se viável, seria favorável para que a reforma administrativa atingisse também os servidores da ativa.

Falando sobre os problemas de rolagem do Tesouro, disse que os recursos repassados pelo BNDES e Bacen seria idêntico ao acontecido em 2019. Hoje foi dia de arguição do candidato de Bolsonaro ao STF, Kassio Marques.

A Receita Federal anunciou arrecadação em setembro de R$ 119,5 bilhões perfazendo no ano, uma arrecadação de R$ 1,026 trilhões, o menor volume arrecadado desde 2010, e em queda de 11,7%, por conta da pandemia. As desonerações do ano estão em R$ 87,8 bilhões. Já o Bacen, anunciou o fluxo cambial até 16/10 negativo em US$ 1,06 bilhão com saídas no ano de US$ 19,7 bilhões. Pelo canal financeiro, já saíram no ano, recursos da ordem de US$ 53,4 bilhões.

No mercado, dia de dólar estável e cotado no encerramento em R$ 5,605. Na Bovespa, na sessão de 19/10, dia de vencimento de opções, os investidores estrangeiros alocaram recursos no montante de R$ 1,57 bilhão, deixando o saldo positivo de outubro em R$ 2,55 bilhões, mas no ano com fugas líquidas de R$ 85,2 bilhões.

No mercado acionário, dia de queda da Bolsa de Londres de 1,91%, Paris com -1,53% e Frankfurt com -1,41%. Madri e Milão com perdas de respectivamente 1,67% e 2,03%. Covid-19 atrapalhando bem por lá. No mercado americano, o Dow Jones fechando com -0,35% e Nasdaq com -0,28%. Na Bovespa, dia de alta de 0,01% e índice em 100.552 pontos. Na máxima, chegou a atingir 101.585 pontos.


Na agenda de amanhã, a expectativa de inflação pela FGV para outubro e leilão de títulos do governo. Nos EUA, as vendas de imóveis usados de setembro e o índice de atividade de Kansas para outubro.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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