Ontem, nem mesmo a reversão em alta do petróleo no mercado internacional, a forte valorização do minério de ferro na China durante a madrugada e a expectativa de divulgação do resultado de Itaú; foram suficientes para manter a Bovespa no campo positivo, e no final do dia encerrou em queda. Pesaram as discussões sobre a reforma tributária e a eventual recriação da famigerada CPMF, tema sempre recorrente dentro do governo, que segundo o relator da reforma tributária Aguinaldo Ribeiro, é uma tentação medieval.

No final, a Bovespa encerrou com perda de 0,08% e índice em 102.829 pontos, enquanto o Dow Jones valorizou 0,89% e o Nasdaq com novo recorde histórico de pontuação, com +1,47%. O dólar por aqui terminou o dia com alta de 1,72% e cotado a R$ 5,31.

Hoje, mercados da Ásia encerraram com boas altas (Hong Kong com +2% e Tóquio com +1,70%), Europa repetindo alta de ontem nesse início de manhã e futuros do mercado americano levemente negativos. Aqui seguimos tendo que monitorar o intervalo entre 100 mil pontos e 105 mil pontos, como de definição da tendência de curto prazo.

Na Austrália, durante a madrugada, o banco central manteve a taxa de juros estabilizada em mínima histórica de 0,25%, mas sinalizou reforça na compra de bônus. Na zona do euro, a inflação de junho medida pelo PPI (atacado) teve alta acima do previsto de 0,7% e na Turquia a inflação anualizada declinou para 11,76%, beneficiando a lira turca no mercado internacional.

Nos EUA, o presidente do FED regional de Chicago, Charles Evans, disse que a bola está com o Congresso americano para aprovar novo pacote de estímulo fiscal para recuperação da economia. Ontem, Trump disse que pode agir sozinho se o Congresso demorar em aprovar ajuda. A gigante de seguros AIG registrou prejuízo no segundo trimestre de US$ 7,9 bilhões. Só para lembrar, na crise de 2008 do subprime, a empresa foi salva de quebrar pelo governo de Barack Obama.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 1,59%, com o barril cotado a US$ 40,36. O euro era transacionado em alta para US$ 1,178 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,54%. O ouro em leve alta e a prata em queda na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.

No segmento doméstico, o ministro Paulo Guedes acenou com a redução de encargos na folha de pagamentos para tentar emplacar a nova CPMF. O governo também quer tentar barrar na Câmara a ampliação do saque no FGTS que pode ser discutido hoje, mas as confusões com o centrão pode dificultar.

O banco Itaú anunciou resultado positivo no segundo trimestre de R$ 4,2 bilhões, com queda de 40%, mas a inadimplência caindo para 2,7%, de anterior em 3,1%. Na agenda do dia, o IBGE divulga em instantes a produção industrial de junho e nos EUA teremos as encomendas à indústria. Expectativa para o dia é a Bovespa tentando recuperação, mas o exterior pode inibir, dólar um pouco mais fraco e juros em queda na expectativa do Copom de amanhã com Selic podendo cair 0,25%, para taxa recorde de baixa de 2%.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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