Ontem, os mercados de risco tiveram dia de recuperação em todo o mundo, depois do inusitado acontecido com o preço do barril de petróleo no mercado internacional. O petróleo observou recuperação e as Bolsas subiram forte. A Bovespa registrou valorização de 2,17%, em 80.687 pontos, conseguindo fechar pela primeira vez acima de 80 mil pontos desde 13/. O Dow Jones teve alta de 1,99% e Nasdaq com +2,81%. A nota destoante ficou por conta do dólar com valorização de 1,90% e fechando em R$ 5,41, mesmo com o Bacen intervindo com operação de swap de 10 mil contratos.

Hoje mercados da Ásia encerraram com altas refletindo comportamento dos EUA, exceto a Bolsa de Xangai com leve queda de 0,19%. Europa começou o dia em alta, mas já mostra algum comportamento de queda depois da divulgação de indicadores e mercados futuros americanos com comportamento misto e também perdendo tração. Aqui, seria bom que conseguíssemos manter patamar acima de 80 mil pontos e ir buscar a faixa de 83 mil pontos, gerando maior consistência na recuperação.

No mercado internacional, o presidente Donald Trump disse que o foco do Covid-19 parece arrefecer e estabilizar e que mais estados podem iniciar flexibilização do isolamento e abertura da economia. Mas também voltou a advertir o Irã que a Marinha tem ordem para atirar caso haja alguma tentativa de ataque. Na Argentina, o governo admite que no pós-pandemia 50% da população pode estar pobre e estão encontrando dificuldades para renegociar suas dívidas.

O dia também está sendo de divulgação de indicadores PMI da atividade para o mês de abril. No Japão, o índice composto (Indústria e serviços) caiu para 27,8 pontos. Na Alemanha, o indicador da indústria retrocedeu para 34,4 pontos de previsão de 39 pontos. O de serviço ficou em queda para 15 pontos e o composto na mínima histórica em 17,1 pontos. Na zona do euro, a mesma situação de contração, com o PMI industrial em queda para 33,6 pontos e serviços com queda para 11,7 pontos. No Reino Unido, o PMI industrial em 32,9 pontos, serviços em 12,3 pontos e composto também em mínima histórica de 12,9 pontos.

Ainda na Alemanha, o índice GFK de confiança do consumidor de maio caiu forte para -23,4 pontos, de previsão de ficar em -1,8 pontos, e isso forçou queda na Bolsa de Frankfurt. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 13,06%, com o barril cotado a US$ 15,58, já saindo das máximas. O euro era transacionado em queda para US$ 1,077 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,62%. O ouro e a prata tinham altas na Comex e commodities agrícolas com comportamento de alta na Bolsa de Chicago.

No segmento doméstico, a Câmara aprovou ontem o texto base de ajuda para micro e pequenas empresas e segue agora de volta para o Senado. A Anbima noticiou resgate de recursos dos fundos de investimentos em abril (até 17/4) no montante de R$ 35 bilhões com maior saída nos fundos de crédito.

Já o governo anunciou o programa Pró-Brasil, sem a presença do ministro da Economia Paulo Guedes, que prevê investimentos em infraestrutura de R$ 300 bilhões e negaram desavenças com a equipe econômica. Ocorre que pouco antes, o secretário de privatização Salim Mattar tinha dito não haver dinheiro no orçamento para investimentos do governo. Também foi anunciado o IPC-S da terceira quadrissemana de abril com inflação de 0,07%, de anterior em 0,34%.

No mercado, a expectativa é de Bovespa podendo ainda ser de alta, mas o exterior compromete um pouco com a perda de tração (Petrobras com o petróleo em alta pode ser destaque), dólar ainda forte e juros em queda. Porém, investidores vão ficar ligados na divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego na semana anterior dos EUA, que pode mudar o comportamento.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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