Na semana passada, apesar da agenda importante e grande volatilidade dos mercados de risco, a Bovespa terminou o período praticamente estável, com valorização de 0,13% e índice em 101.521 pontos e Dow Jones literalmente estável. Dólar aqui seguiu bastante pressionado, fechando a semana com alta de 3,32% e cotado a R$ 5,60, mesmo com o Bacen tendo atuado algumas vezes vendendo moeda no segmento à vista.

A nova semana está começando com os mercados como “manda o figurino”, em boa alta em todo o mundo. Na Ásia, destaque para a Bolsa de Hong Kong com +1,74% e Seul com +1,10%. Europa começando o dia com altas até superiores a 2% e futuros dos EUA com valorizações de 1%. Aqui, podemos intuir o ambiente político mais controlado e tranquilo e, por consequência disso, com o índice tentando aproximação de 104 mil /105 mil pontos.

O motivo deste início de semana melhor reside na antecipação de aplicação e testes com vacinas contra a covid-19 e também na autorização do FDA americano (Food and Drug Administration) autorizando uso de plasma de pacientes que contraíram a covid-19 e pacientes que estão com o vírus. No mercado internacional, o petróleo WTI também dá uma ajuda, apresentando alta nesse início de manhã de 0,68%, com o barril cotado a US$ 42,63. O euro mostra alta para US$ 1,183 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,64%. O ouro e a prata com altas na Comex e commodities agrícolas com altas na Bolsa de Chicago.

Aqui, as expectativas ficam por conta do anúncio marcado para amanhã sobre o pacote de medidas da área econômica apelidado de “Big Bang”, antecipando o programa Renda Brasil para o ano em curso, cortes de despesas necessárias, obras públicas selecionadas, estímulo ao emprego, atração de investimentos privados e privatização. Tudo isso soa como música para os investidores, mas será preciso ver como isso irá se somar com a necessidade de controlar contas públicas e déficit; sem ferir o teto de gastos, LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), é a regra de ouro.

Além disso, a semana está lotada de eventos importantes e com capacidade de mexer com os mercados. Na quinta-feira, por exemplo, teremos discurso do presidente do FED, Jerome Powell, na reunião anual de bancos centrais em Jackson Hole, onde possivelmente traçará novas regras de atuação do FED.

Aqui teremos a divulgação da prévia da inflação medida pelo IPCA de agosto, que pode mostrar expansão da taxa e mexer com juros e câmbio. Também teremos indicadores de conjuntura importantes sendo anunciados e o restante da safra de balanços, mexendo pontualmente com a precificação dos ativos.

Expectativa para o dia é de Bovespa operando em alta e seguindo a tendência do exterior, dólar podendo realizar um pouco, mas seguindo pressionado e juros de longo prazo também com viés de alta.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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