Bottomline:
- O IPCA surpreendeu as nossas expectativas e as expectativas do mercado para cima no mês de setembro. A variação mensal acelerou para 0.64% (SA). No YoY, a variação foi de 3.14%.
- Em suma, o cenário inflacionário está pressionado em direção ao final do ano pelos itens já conhecidos. As medidas de núcleo ainda mostram espaço para política monetária estimulativa, mas os riscos fiscais no horizonte podem, evidentemente, reverter de forma rápida este cenário.
Comentários:
O IPCA surpreendeu as nossas expectativas e as expectativas do mercado para cima no mês de setembro. A variação mensal acelerou para 0.64% (SA). No YoY, a variação foi de 3.14%.
Em termos de grupos vemos avanço de alimentação (+2.28%), artigos de residência (+1%), e transportes (0.7%). Por outro lado, saúde e cuidados pessoais e educação contribuíram negativamente para o índice, caindo -0.64% e -0.09% no mês, respectivamente. A difusão ficou em 63.4%, maior leitura desde março de 2019.
Nas aberturas, a média dos núcleos avançou 0.28%, maior patamar desde fevereiro deste ano, mas razoavelmente próximo da média que prevalece desde 2017. No %YoY, a média dos núcleos avança para 2.15%, ainda em patamar confortável.
Os serviços avançaram 0.17% no mês, primeira leitura positiva em cinco meses. Enquanto isso, os serviços subjacentes avançaram 0.20%. Na variação %YoY, ambas as leituras permanecem confortáveis para o BC.
Finalmente, em termos de comercialização, os comercializáveis avançaram para o patamar mais elevado desde dezembro (%MoM), enquanto o %YoY avançou para o maior patamar desde dezembro de 2016.
Em suma, o cenário inflacionário está pressionado em direção ao final do ano por conta dos grupos já mencionados anteriormente. As medidas de núcleo ainda mostram espaço para política monetária estimulativa, mas os riscos fiscais no horizonte podem, evidentemente, reverter de forma rápida este cenário.
Felipe Sichel
Estrategista do banco digital modalmais
Fonte: https://www.modalmais.com.br/blog
