O dia acabou sendo positivo para todos os mercados de risco do mundo, por conta de indicadores de atividade industrial divulgados desde a madrugada. Todos os indicadores vieram acima dos 50 pontos, o que indica expansão da atividade industrial. Começou cedo na China com o Caixin, passou pela Alemanha, zona do euro e chegou ao Brasil com o PMI industrial de julho em 58,2 pontos, vindo de anterior em 51,6 pontos. Nos EUA, o ISM industrial subiu para 54,2 pontos, acima da previsão de 53,8 pontos.

Ainda nos EUA, os investimentos em construção de junho encolheram 0,7%, quando o previsto era expansão de 1,2%. O presidente Trump é que deu ultimato aos parlamentares dizendo que poderá agir sozinho se não houver acordo bipartidário para pacote fiscal. Trump também disse não se importar se Microsoft comprar a plataforma TikTok chinesa. Já o secretário Mike Pompeo, voltou a dizer que o partido comunista chinês espiona autoridades e empresários americanos.

O presidente do FED de St. Louis, James Bullard, se diz otimista com a recuperação da economia americana, mas identifica ainda muitos riscos. Não se pode descartar os efeitos da nova onda de contaminação em diferentes estados americanos do Sul. O mesmo acontece também na Austrália com novas restrições para a região de Melbourne. Já a China promete revidar se os EUA insistirem em interferir em assuntos internos do país.

No mercado internacional, com indicadores de atividade fortes, matérias-primas tiveram dia positivo, começando pelo cobre, reversão no petróleo e minério de ferro. O petróleo WTI negociado em NY mostrava reversão para alta de 1,89%, com o barril cotado a US$ 41,03. O euro era transacionado em leve queda para US$ 1,176 e notes americanos de 10 anos com 0,53%. O ouro e a prata com altas na Comex e commodities agrícolas em altas na Bolsa de Chicago. O minério de ferro teve madrugada de forte alta na China de 4,93%, com a tonelada fechando em US$ 116,03.

No segmento doméstico, a nova pesquisa semanal Focus do Bacen veio tranquila, com a inflação de 2020 estimada em queda para 1,63% (anterior em 1,67%), Selic projetada em 2% para o final do ano (deve acontecer isso na reunião da semana), PIB melhorando para queda de 5,66% (anterior em -5,77%) e produção industrial encolhendo mais para contração de 7,92%. O saldo da balança comercial de 2020 está projetado em US$ 55 bilhões (estável em relação à semana anterior).

Aliás, falando em balança comercial, o mês de julho trouxe um superávit de US$ 8,06 bilhões, acumulando nos sete meses do ano superávit de US$ 30,38 bilhões. A FGV anunciou que a inflação medida pelo IPC-S de julho foi de 0,49%, contra anterior de 0,36%. A confiança empresarial também evoluiu 7,1 pontos, para 87,5 pontos em julho.

Do lado político, a decisão do DEM e MDB de deixar o bloco formal do centro (deverá ser seguida por outros partidos), dificultando o presidente Bolsonaro de formar ampla maioria para aprovação de seus projetos de governo.

No mercado local, o dólar teve dia de valorização de 1,72%, com a moeda encerrando cotada a R$ 5,315. Na Bovespa, na sessão de 30/7, os investidores estrangeiros alocaram recursos no montante de R$ 624,7 milhões, deixando o saldo de julho negativo em R$ 6,6 bilhões e o ano com saídas líquidas de R$ 83,1 bilhões.

No mercado acionário, dia de alta da Bolsa de Londres de 2,29%, Paris com +1,93% e Frankfurt com +2,11%. Madri e Milão com altas de respectivamente 1,42% e 1,51%. No mercado americano, o Dow Jones com alta de 0,89% e Nasdaq com +1,47%, em novo recorde de pontuação. Na Bovespa, dia de -0,08% e índice em 102.829 pontos, perdendo tração no final.

Na agenda de amanhã teremos o IPC da Fipe de julho e a produção industrial de junho. Nos EUA, as encomendas à indústria de junho.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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