A semana começa com indefinições no ambiente político, juros altos nos EUA prejudicando mercados de risco, mas com algumas boas notícias.

Antes disso, na semana passada, a despeito dos acontecimentos incorporados, a Bovespa encerrou o período com valorização de 4,69% e índice em 115.202 pontos, com dólar mostrando valorização de 1,39% e cotado a R$ 5,68, mesmo com forte intervenção do Bacen em operações de vendas à vista e novas operações de swap cambial adicionais.

No final de semana, o Senado americano aprovou finalmente o pacote de estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão, o que dá trajetória de alta de mais longo prazo aos mercados de risco, porém com algumas ressalvas. Hoje, mercados da Ásia terminaram o dia com quedas, avaliando a alta de juros nos EUA e recuperação econômica, Europa operando com altas nesse início de manhã e futuros do mercado americano com comportamento de queda. Aqui, seria bom não perdermos o patamar dos 115 mil pontos reconquistados e apontar objetivo de 118 mil pontos.

No cenário externo, no final da semana, a OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu para o Brasil tratar seriamente a pandemia, e os EUA veem ameaça global com o Brasil batendo recordes de óbitos e contágio (e com previsão de vacinação menor), e pode se tornar celeiro de variantes da covid-19. Além disso, desavenças entre Biden e o BID podem rarear recursos para a América Latina.

Na Alemanha, a produção industrial de janeiro encolheu 2,50% de previsão de alta de 0,2%. O setor de construção encolheu 12,2% e o país ainda está 4% abaixo do período pré-pandemia. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,30%, mas já começando a retroagir, com o barril cotado a US$ 66,29, após ataque com drone ao porto saudita, atribuído a rebeldes do Irã. O euro era transacionado em queda para US$ 1,187 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em alta para 1,57%.  O ouro e a prata tinham leves quedas na Comex e commodities agrícolas com viés positivo.

Aqui, parlamentares tentam voltar com o nepotismo nas discussões sobre a lei de improbidade, ao tentar excluir o artigo 11 (lei 8429/92). Já a CMO (Comissão Mista do Orçamento) inflou receitas de 2021 para abrir espaço para maior volume de emendas parlamentares. Já Paulo Guedes, fazendo contraponto com Bolsonaro, disse que o Brasil só sai dessa situação com vacinação massiva da população e que fomos englobados por nova tragédia que exige ação.

Expectativa para o início do dia é dependente do noticiário, esperamos Bovespa tendo ainda algum espaço para recuperação (apesar da fraqueza externa, dólar ainda forte e juros em alta).

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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