A dura disputa entre Trump e Biden, sem ninguém conseguir antecipar resultados e ainda com declarações políticas de Trump sobre fraude e recontagem de votos permearam o dia nos mercados. Mas, aos poucos, os mercados foram consolidando altas na Europa, EUA e também aqui.
O gerente de campanha de Trump disse que o mesmo vai pedir recontagem em Wisconsin, já que a votação foi muito apertada no Estado. Aqui, o presidente Bolsonaro felizmente mudou um pouco seu discurso suavizando postura.
Como dissemos, a apuração ainda pode demorar pela judicialização, mas possivelmente hoje já teremos o resultado. Os democratas, que esperavam conseguir o controle do Senado, não devem conseguir, mas devem ampliar o número de deputados na Câmara. Expressiva a diferença a favor de Trump na Flórida com 52%, quando os democratas falavam em “Onda Azul”. Trump também declarou que “estão encontrando votos de Biden em todo o lugar”, e citou estados importantes.
Nos EUA, tivemos a divulgação de alguns indicadores. A pesquisa ADP sobre a criação de vagas no setor privado em outubro anotou 365 mil vagas, mas o esperado eram 600 mil vagas. Já o déficit da balança comercial em setembro foi de US$ 63,9 bilhões, em queda de 4,8% em relação ao mês anterior. O PMI da atividade de serviços subiu para 56,9 pontos e o índice composto (indústria e serviços em alta para 56,3 pontos). Já o ISM de serviços declinou para 56,6 pontos, de anterior em 57,8 pontos.
A união Europeia falando sobre as negociações do Brexit com o Reino Unido, disse que apesar dos esforços continuam a existir divergências muito sérias, mesma postura declarada pelos negociadores do Reino Unido.
O Departamento de Energia dos EUA também computou que os estoques de petróleo declinaram na semana anterior em 8 milhões de barris e os de gasolina cresceram 1,5 milhão de barris. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 3,58%, com o barril cotado a US$ 39,01. O euro era negociado em leve alta e cotado a US$ 1,173, enquanto os notes de 10 anos tinham taxa de juros em 0,77%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto. Na China, o minério de ferro foi cotado em queda de 0,15%, com a tonelada encerrando em US$ 116,91.
No segmento local, o IBGE anunciou a produção industrial de setembro com expansão de 2,6%, e contra igual período de 2019 com +3,4%. Apesar da expansão nos últimos cinco meses (nesse período +37,5%), a produção está 15,9% abaixo do pico ocorrido em maio de 2011. Bens de capital tiveram alta de 7%, bens de consumo +4,6% e bens duráveis +10,7%. A produção industrial subiu em 17 dos 26 ramos considerados.
O Bacen anunciou o fluxo cambial de outubro negativo em US$ 1,31 bilhão (setembro foi negativo em US$ 3,48 bilhões). Pelo canal financeiro, o ano de 2020 mostra saídas de US$ 52,8 bilhões, as perdas com operações de swap montaram a R$ 7,03 bilhões e os bancos encerraram outubro vendidos em US$ 29,1 bilhões. A posição cambial líquida estava em US$ 297,1 bilhões. O Bacen também divulgou que a base monetária encerrou em R$ 408,7 bilhões e as vendas de dólares à vista no mês foi de US$ 1,6 bilhões.
Do lado político, o Senado vai votar os vetos de Bolsonaro sobre desoneração da folha de pagamentos e aguarda reunião de líderes para votar os vetos do saneamento. No mercado, dia de dólar em queda de 1,63% e cotado a R$ 5,66. Na Bovespa, o mês de outubro trouxe ingresso de recursos de investidores estrangeiros no valor de R$ 3,3 bilhões (em 2020 foi o segundo mês positivo), mas no ano acumula saídas líquidas de R$ 84,89 bilhões.
No mercado acionário, dia da Bolsa de Londres em alta de 1,67%, Paris com +2,44% e Frankfurt com +1,95%. Madri e Milão com altas de respectivamente 0,45% e 1,96%. No mercado americano, dia de alta do Dow Jones de 1,34% e Nasdaq com +3,85%. Na Bovespa, alta de 1,97% e índice em 97.866 pontos.
Na agenda de amanhã, teremos o PMI de serviços, composto e o Tesouro faz leilão de títulos. Nos EUA, teremos os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior, a produtividade do trabalho no terceiro trimestre e a decisão do FED sobre juros, seguida de discurso de Jerome Powell, presidente do FED.