Ontem tivemos mais um dia de volatilidade nos mercados em todo o mundo, mesmo com os juros dos treasuries americanos comportados e em quedas. Mas a aceleração de vendas nos mercados de NY acabou por acentuar desvalorizações na Bovespa. Aqui registramos queda de 1,49%, com o índice em 113.261 pontos e dólar, após oscilar muito, encerrou praticamente estável e cotado a R$ 5,52. No mercado americano, o Dow Jones com -0,94% e Nasdaq com -1,12%.

Hoje mercados da Ásia reverberaram perdas em NY, e fecharam com quedas, Europa operando com leves perdas pela covid-19 e futuros do mercado americano em alta. O petróleo em recuperação no mercado internacional e indicadores PMI da atividade ajudam um pouco neste início de manhã. Aqui, precisamos retomar 115 mil e 117 mil pontos, para adquirir maior consistência na retomada. 

No exterior, o BOJ (BC japonês) disse que a economia está melhor com a recuperação da demanda externa e que vão manter a política de flexibilização monetária. Na Coreia do Sul, a previsão é que o PIB de 2021 cresça mais de 3%, mas a China endureceu as relações com os EUA, União Europeia, Canadá e Reino Unido; por conta de sanções aplicadas contra autoridades. Chamou seus embaixadores para conversas.

O dia está sendo de divulgação de indicadores PMI da atividade industrial, serviços e composto para o mês de março em diferentes países. Na Alemanha, o índice composto subiu para 56,8 pontos, com o industrial em 66,6 pontos e serviços em 50,58 pontos. Na zona do euro, composto em alta para 52,5 pontos, industrial em 62,4 pontos e serviços em 48,8 pontos. No Reino Unido, composto em 56,6 pontos, industrial em 57,9 pontos e serviços em 56,8 pontos. Quase todos em alta forte.

O FMI deve emitir US$ 650 bilhões em DES (Direito Especial de Saque) para apoiar países com crises geradas pela pandemia. Já o presidente Biden disse que a partir de maio, deve ter disponível 600 milhões de doses de vacinas para distribuir.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 2,56%, com o barril em US$ 59,24, recuperando perdas anteriores mesmo com estoques API crescendo na semana anterior.

Hoje o departamento de Energia dos EUA mostra os estoques de petróleo e derivados na semana anterior. O euro era transacionado em queda para US$ 1,183 e notes americanos de 10 anos com juros comportados em 1,621%, mas oscilando. O ouro e a prata com altas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.

Aqui, Sérgio Moro foi julgado pelo STF como parcial no caso envolvendo Lula, com mudança de voto. Bolsonaro falou em rede nacional sobre vacinas, e segundo noticiário, disse inverdades em alguns momentos, pregando vacinação massiva e dizendo que teremos autossuficiência breve, mas constrangido não falou de uso de máscaras e isolamento.

Houve panelaço em muitas regiões e gritos. Tudo isso em dia que batemos novo recorde de mortes com 3,2 mil e com o ministério da Saúde comunicando que teremos menos 9 milhões de doses em abril.

Já a FGV anunciou a confiança do comércio em março com queda de 18,5 pontos, indo para 72,5 pontos, e no menor patamar desde maio de 2020. Na sequência do dia, teremos indicadores com capacidade de mexerem com os mercados sendo anunciados, como o relatório da dívida pública e nota de mercado aberto de fevereiro e o fluxo cambial da semana anterior. Nos EUA, as encomendas de bens duráveis de fevereiro, indicador PMI da atividade e vários discursos de dirigentes do FED.

Expectativa de recuperação para a Bovespa, dólar mais forte e juros tensionados.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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