Em dia de agenda não tão cheio, os investidores trabalharam com freio de mão puxado, para ajustar as suas posições. Mas isso não impediu que os três principais índices do mercado americano voltassem a bater novos recordes históricos de pontuação, após terem começado o dia com viés de queda. Foi um dia de oscilações menores nos principais mercados do mundo, entre o positivo e negativo, e ao sabor do noticiário. Aqui, ainda pesa as suspeitas sobre flexibilização do teto de gastos, a despeito das negativas de parlamentares e equipe econômica.

Começamos o dia com o Brexit “dando água” e para perto da hora do almoço, tivemos a notícia de que o Reino Unido e a União Europeia acertaram acordo preliminar para 2021, ainda sem mais informações de teor, mas com acertos sobre postos de controle de fronteiras, medicamentos, carnes, adoção e auxílio estatal. Isso depois de Boris Johnson ter dito que a situação do Brexit era muito complicada.

Também no Reino Unido, começou a vacinação com medicamentos da Pfizer, e a FDA (órgão de controle de medicamentos), pode liberar vacinas da Pfizer/Biontech para ser aplicada na população. A China reagiu às sanções impostas pelos EUA dizendo serem “intimidações políticas histéricas”. Nos EUA, o partido Republicano discute os termos de um pacote de estímulo fiscal em reunião hoje.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 0,28%, com o barril cotado a US$ 45,63. O euro era transacionado em leve queda para US$ 1,21 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,91%. O ouro tinha alta e a prata com queda na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago. O minério de ferro é que teve mais um dia de alta durante a madrugada na China, valorizando 0,97% e com a tonelada cotada a US$ 148,35.

No segmento doméstico, o IBGE anunciou que a inflação de novembro foi de 0,89%, acima do teto das previsões e no maior nível em cinco anos, vindo no mês anterior de 0,86%. No ano, mostra expansão de 3,13% e em 12 meses com 4,31%. Alimentos voltaram a pressionar com +2,54% e transporte também foi destaque, junto com habitação. O índice de difusão é que cedeu para 66,8% e o núcleo caiu para 0,44%. Isso acabou mexendo bem com os juros e também com a taxa cambial.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil escapou da depressão. Aliás, essa é a tônica do governo: ampliar as dificuldades para mostrar que agiram corretos. Na semana passada, o presidente falou sobre riscos de apagão e que se houvesse fechamento não haveria recursos para os necessitados.

Mas os investidores estão mesmo preocupados é como será o orçamento de 2021 (falou-se em meta flexível), o teto de gastos e principalmente a questão fiscal. Enquanto essas situações não estiverem perfeitamente equacionadas (quaisquer que sejam), os investidores vão agir com prudência. Só para lembrar, o Brasil foi o quarto maior país em gastos fiscais nessa pandemia. Mas é fato que, mesmo com a queda do dólar, os investidores estrangeiros seguem alocando recursos.

No mercado, dia de dólar novamente em alta de 0,19% e cotado no encerramento em R$ 5,12. Na B3, os investidores não residentes, na sessão de 4/12, alocaram recursos da ordem de R$ 1,68 bilhão deixando o saldo de dezembro positivo em R$ 4,3 bilhões, mas em 2020 ainda com saídas líquidas de R$ 47, 26 bilhões.

No mercado acionário, dia de alta da Bolsa de Londres de 0,05%, Paris com -0,23% e Frankfurt com +0,06%. Madri e Milão com quedas de respectivamente 0,58% e 0,24%. No mercado americano, o Dow Jones com +0,35% e Nasdaq com +0,50%, fortalecendo mais para o final com nova perspectiva de pacote fiscal. Na Bovespa, dia de +0,18% e índice em 113.793 pontos.

Na agenda de amanhã teremos a primeira prévia do IGP-M de dezembro, o IPC da Fipe da primeira quadrissemana de dezembro e a produção regional de outubro. Também sai a decisão do Copom sobre a taxa de juros, com consenso absoluto de manutenção da Selic em 2%, mas larga atenção nos termos do comunicado. Nos EUA, teremos os estoques de petróleo na semana anterior do Departamento de Energia.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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