Diz o ditado que “água morro abaixo e fogo morro acima, quando começam, ninguém segura”. Os últimos dias provaram que quando existe fluxo de recursos ingressando, os mercados engatam altas. O exemplo está no rali da semana passada e também nesses dois dias dessa semana, principalmente com a volta dos investidores estrangeiros que estavam ausentes em quase todo o ano, aplicando liquidamente em outubro R$ 3,3 bilhões, e até a sessão de 13/11 já alocaram R$ 17,8 bilhões. Isso sem considerar que deve subir mais com o pregão de 16/11, quando tivemos exercício de opções de R$ 14 bilhões e block trade de Vale de R$ 2,5 bilhões.

Hoje a Bovespa teve mais um pregão de alta, indo na contramão positiva de boa parte dos mercados no exterior, onde os investidores estão preocupados com o aumento de contágio pela covid-19. Houve discurso do presidente Jerome Powell e também a fala do presidente do Bacen Campos Neto. Já sabemos, por exemplo, que na reunião do Bacen com analistas, houve grande preocupação com a expansão inflacionária, principalmente se não tivermos rapidamente o endereçamento de reformas, além da deterioração fiscal.

Nesse aspecto, hoje em reunião virtual dos BRICS, Jair Bolsonaro reiterou o compromisso com reformas estruturantes. Também ficamos sabendo que lideranças do Senado fecharam acordo para votar ainda nessa semana, um pacote de projetos da área econômica.

No exterior, Biden anunciou novos membros de sua equipe e McConnell disse ser possível aprovar novo pacote de estímulo fiscal. Isso também aliviou. O dado negativo ficou por conta da OPEP, que não confirmou sinalização de corte de produção de óleo por três ou seis meses, dizendo que os produtores precisam estar atentos e vigilantes.

Nos EUA, a produção industrial de outubro cresceu 1,1%, pouco acima do previsto e com utilização de 72,8% da capacidade, enquanto as vendas no varejo expandiram somente 0,3%, de previsão de +0,5%. O presidente do FED de Atlanta, Bostic, disse que a preocupação imediata é com a expansão da covid-19 e Jerome Powell, presidente do FED, declarou que o FED é importante, mas limitado no papel de combate às desigualdades, e que a retomada da economia foi rápida, mas segue incompleta com covid-19.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY sofreu impacto da reunião da OPEP e mostrou alta no final de 0,12%, com o barril cotado a US$ 41,39. O euro foi transacionado em US$ 1,186 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,87%. O ouro e a prata em dia de queda na Comex e commodities agrícolas com viés positivo na Bolsa de Chicago. O minério de ferro negociado na China em mais um dia de alta de 1,10% e tonelada fechando em US$ 125,44.

No cenário local, o presidente do Bacen disse que o governo tem que melhorar a narrativa da política ambiental, que a credibilidade está associada as reformas e que o distanciamento afeta cada vez menos na redução da mobilidade. Já o secretário de política econômica, disse que o comércio, a indústria e o consumo já estão com valores pré-crise. Na reunião dos BRICS, discutiu-se muito o apoio e críticas ao multilateralismo pregado por Xi Jinping da China.

No mercado, dia de dólar em queda de 1,77% e cotado no encerramento em R$ 5,33. Na Bovespa, na sessão de 13/11 os estrangeiros ingressaram com recursos no montante de R$ 1,09 bilhão, mas no ano, o saldo líquido ainda mostra saídas de R$ 67,13 bilhões.

No mercado acionário, dia de queda da Bolsa de Londres de 0,87%, Paris com +0,21% e Frankfurt com -0,04%. Madri com queda de 0,65% e Milão com +0,55%. No mercado americano, o Dow Jones com -0,56% e Nasdaq com -0,21%. Na Bovespa, dia de alta de 0,77% e índice em 107.248 pontos. Na máxima chegamos a 107.810 pontos.

Na agenda de amanhã teremos a segunda prévia do IGP-M de novembro e o fluxo cambial da semana anterior e nos EUA saem a construção e permissões de novas residências de outubro, os estoques de petróleo e derivados da semana anterior e discursos de quatro dirigentes do FED.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

Publicidade

Black Friday:
50% OFF nos combos

Corra e aproveite antes que acabe!