Assim como aconteceu em toda semana anterior, o ponto focal segue sendo a eleição americana e Joe Biden como 46º presidente americano.

Antes disso, com os investidores em todo o mundo tendo adotado Biden como sucessor de Trump, a Bovespa registrou alta de 7,42%, aos 100.925 pontos, o Dow Jones com valorização de 6,83% e Nasdaq com +9,01%. O dólar aqui terminou a semana com queda de 6,44% e cotado na casa de R$ 5,38.

Hoje, com a confirmação nas urnas, os mercados retomam o comportamento de alta em todo o mundo. Na Ásia, o destaque ficou com a Bolsa de Tóquio com valorização de 2,12% e no maior patamar desde novembro de 1991. A Europa também opera com altas entre 1,5% e 2% e os futuros do mercado americano com altas superiores a 1%.

Aqui, devemos seguir comportamento idêntico, mesmo com o presidente Bolsonaro não ter, até agora, felicitado Biden pela vitória. Sobre isso, o jornal francês Le Figaro fez matéria dizendo que, com a derrota de Trump, Bolsonaro ficou órfão de padrinho, querendo se referir a preservação do meio ambiente. Mas não será assim, já que não há intenção dos EUA de isolar o Brasil, mas certamente teremos que mudar um pouco o discurso.

Na Alemanha, as exportações de setembro cresceram 2,3%, quando o previsto era +2,4% e o superávit na balança comercial ficou em 17,8 bilhões de euros. Mas lá, as exportações ainda estão 7,1% abaixo de fevereiro, quando começou a pandemia. Nos EUA, Donald Trump sofre pressão de uma ala dos republicanos para reconhecer a derrota, e Biden quer o Congresso unido para debelar a covid-19 e tem planos para colocar a testagem na população.

Sobre a covid-19, lembramos que os EUA ultrapassaram 120 mil contaminações em apenas 24 horas no final de semana e, no mundo, os contaminados já passam de 50 milhões. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado mostrava alta de 2,18%, com o barril cotado a US$ 37,95. O euro era transacionado em leve queda em US$ 1,187, o ouro e a prata com altas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.

Aqui, vamos ver se o presidente Bolsonaro continuará a ser o único país democrático que não cumprimentou Biden. Mercados também vão olhar para o comportamento do dólar, depois de declarações de dirigente do Bacen na última sexta-feira sobre pressões para sacar recursos do país para fechamento de balanços, e o Bacen dando liquidez, informação desconfirmada oficialmente pela instituição. Paulo Guedes também falou no final de semana sobre a possibilidade de estender algumas políticas de auxílio no início de 2021.

A expectativa para o dia é de Bovespa acompanhando os mercados no exterior, mas seria positivo se conseguíssemos ultrapassar o patamar em 103 mil pontos, e afastar definitivamente a possibilidade de retorno aos 98 mil/100 mil pontos do Ibovespa. Dólar ainda fraco e juros em queda.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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