Ontem foi dia de decisão do FED e do Copom sobre política monetária, e ambos fecharam no consenso. O FED elevou juros em 0,25%, para o intervalo entre 0,25% e 0,50%, mas sinalizou seguidas altas nas próximas reuniões, chegando até 2% ou mais, enquanto o Copom cumpriu o consenso de alta de 1% para a Selic (agora em 11,75%), mas adotou cenário alternativo mais brando tirando efeitos do petróleo, sinalizando nova alta igual na reunião de maio. Aqui, as projeções de Selic para o final do ciclo caminham agora para 13%/13,25%.
Ontem, também passamos bem pela super quarta-feira de decisões de bancos centrais e vencimento do índice futuro na B3. A Bovespa encerrou o dia perto da máxima, com alta de 1,98% e índice em 111.112 pontos, dólar em queda de 1,27%, cotado a R$ 5, enquanto Dow Jones fechou com alta de 1,55% e Nasdaq com +3,77%.
Investidores acreditando em negociações mais positivas entre Rússia e Ucrânia e com decisões de bancos centrais já razoavelmente ajustadas. Aqui, o Bacen comprou tempo para ver o comportamento das commodities e desenvolvimento da guerra, mas falou em incertezas, principalmente as fiscais. Mas é difícil combater a inflação presente de choques com juros em alta e somente a política monetária.
Hoje, os mercados da Ásia terminaram o dia com boas altas e destaque novamente para Hong Kong, com +7,04% (subiu mais de 9% ontem). Europa começou o dia com altas, mas já passa para o campo negativo, e os futuros do mercado americano com comportamento negativo. Aqui, seria bom não perdermos novamente o patamar de 110.000 pontos do Ibovespa e melhorarmos com índice acima de 112.500 pontos.
Na China, a covid-19 voltando indica tolerância zero e fechamento de cidades, comprometendo a recuperação econômica e afetando também o mundo. A Europa também identifica nova expansão de casos e, aqui, a situação no momento é inversa, com queda de contágio e óbitos.
A Rússia está esboçando um plano de fim de guerra, mas também amplia a ofensiva na Ucrânia e deve entrar em default. Biden disse ontem pela primeira vez que Putin é criminoso de guerra, e a Rússia disse ser inaceitável e intolerável.
Na zona do euro, a inflação final de fevereiro medida pelo CPI (consumidor) foi de 5,9% na comparação anual, e o núcleo com 2,7%, na mesma base. Já Christine Lagarde, do BCE, vê a inflação de médio prazo convergindo para a meta de 2%, mas com recuperação mais lenta e preocupação com a dependência energética.
No mercado internacional, o petróleo WTI, negociado em NY, mostrava alta de 4,66%, com o barril cotado a US$ 99,47. O euro era transacionado em alta para US$ 1,104 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 2,12%, em queda. O ouro e a prata mantinham altas na Comex, e commodities agrícolas com viés de alta na Bolsa de Chicago.
Aqui, a Fipe anunciou o IPC da 2ª quadrissemana de março com aceleração para 0,96%, vindo de 0,94%. Já a Petrobras deve continuar com a pressão política, usada como palanque eleitoral em vez da questão ser tratada tecnicamente.
Na agenda do dia, teremos em seguida a decisão do BOE (BC inglês) sobre política monetária, que pode elevar juros em 0,25%, o índice de atividade industrial de Filadélfia de março, os pedidos de auxílio desemprego da semana anterior nos EUA e a produção industrial de fevereiro. Aqui, teremos o IBC-Br de janeiro pelo Bacen, uma prévia do PIB.
Expectativa de Bovespa podendo tentar alta, mas precisa de noticiário positivo externo, juros requerendo algum ajuste em função do Copom e dólar fraco.