Ontem, no fim da tarde, os mercados aceleraram perdas depois da divulgação da ata do FOMC do FED bem mais dura que o previsto. Membros do comitê disseram que podem elevar juros mais cedo e também de forma mais rápida, falando ainda em redução do tamanho do balanço de ativos em US$ 8,8 trilhões. Seria bom acelerar o tapering, abrindo maior espaço de manobra na política monetária.

Resultado disso, a Bovespa encerrou em queda de 2,42%, com índice em 101.005 pontos, dólar cotado em R$ 5,71, Dow Jones com reversão para queda de 1,07% e Nasdaq com perdas de 3,34%.

Hoje, mercados da Ásia refletiram isso no fechamento em queda, com destaque negativo para a Bolsa de Tóquio, com -2,88%. Europa começou o dia com perdas maiores que 1%, mas agora tenta alguma recuperação, o mesmo acontecendo com os futuros do mercado americano. Aqui, chegamos próximos da temível área de 100.000 pontos do Ibovespa atingida no final de novembro, depois de ter alçado voo até 131.000 pontos lá no início de junho de 2021.

Além do FED alterando expectativas dos investidores, os mercados mantêm a preocupação com o aumento da contaminação pela covid-19 e suas variantes, com recordes de contágio em diferentes países, mas com óbitos bem menores. Aqui, também temos expansão por conta das comemorações de Natal e Ano Novo.

Dia também de divulgação de indicadores PMI da atividade de serviços e composto (incluindo indústria), com o índice composto de dezembro no Japão em queda para 52,5 pontos, de anterior em 53,3 pontos. Lembrando que indicadores acima de 50 pontos indicam expansão da atividade. Na China, o PMI de serviços subiu para 53,6 pontos e o composto para 53 pontos, vindo de 51,2 pontos. No Reino Unido, serviços em queda para 53,6 pontos, mesmo patamar do índice composto.

Na zona do euro, a inflação medida pelo PPI (atacado) de novembro em alta de 1,8%, acumulando 23,7% na comparação anual. Destacamos ainda a crise no Cazaquistão e na Líbia, que pode afetar a oferta de petróleo no mercado internacional, sendo esse o principal motivo da alta de hoje.

No mercado internacional, o petróleo WTI, negociado em NY, mostrava alta de 1,57%, com o barril cotado a US$ 79,07. O euro era transacionado em alta para US$ 1,131 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,74%. O ouro e a prata tinham fortes perdas na Comex, e igual comportamento para as commodities agrícolas na Bolsa de Chicago. Bitcoin no menor patamar em três meses.

Aqui, o IPC da Fipe de dezembro ficou com +0,57% (anterior em +0,72%), acumulando inflação de 9,73% em 2021. Já o IGP-DI de dezembro teve alta de 1,25% (anterior em -0,58%) e inflação no ano de 2021 de 17,74%. Matérias-primas brutas com alta de 4,40% em dezembro. O indicador antecedente de emprego caiu 1,2 ponto em dezembro, para 81,8 pontos.

Depois de ter alta médica em São Paulo, Bolsonaro voltou a Brasília e assistiu a um jogo de futebol. O movimento de servidores por reajuste salarial já causa transtornos no porto de Santos e em fronteiras pela lentidão da Receita Federal em liberar cargas.

Na agenda do dia, ainda teremos a produção industrial de novembro anunciada pelo IBGE. Nos EUA, os pedidos de auxílio desemprego da semana anterior, o saldo da balança comercial de novembro, as encomendas de bens duráveis de novembro e discurso do presidente do FED de St. Louis, James Bullard.

Expectativa de mercados ainda pressionados, mas podendo melhorar ao longo do dia, acompanhando exterior.

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