Bottom line:
• Em sua 241ª reunião, o Comitê de Política Monetária (COPOM) elevou a taxa de juros em 1% para 6,25% a.a., conforme antecipado por nós e precificado pelo mercado.
• Nossa leitura é de que o comunicado reconhece que a maior parte da pressão inflacionária persistirá. O comentário da inércia, retirado deste comunicado, foi utilizado como justificativa para aceleração do ritmo de normalização da reunião passada. Podemos supor que para nova aceleração do ritmo o COPOM precisaria de novas indicações de intensificação e persistência do choque inflacionário.

• Em suma, o comunicado reforça a perspectiva de mais uma elevação da taxa SELIC de 1% na próxima reunião. Mantemos nossa projeção de que a taxa atinja 8,0% este ano e 8,5% no ano que vem.
Comentário:
Em sua 241ª reunião, o Comitê de Política Monetária (COPOM) elevou a taxa de juros em 1% para 6,25% a.a., conforme antecipado por nós e precificado pelo mercado.

O comunicado reforça a projeção de uma elevação na mesma magnitude na próxima reunião, também conforme o antecipado. O COPOM cita que pretende elevar a taxa SELIC acima do patamar neutro.

Em termos de expectativas de inflação, o comunicado indica, com câmbio partindo de USD/BRL 5,25 (anterior: 5,15) que as expectativas para 2021 estão em 8,5% (anterior: 6,5%) e 3,7% (anterior: 3,5%) para 2022. Para 2023 as expectativas encontram-se em 3,2% (anterior: 3,2%). Os preços administrados nestes anos encontram-se em 13,7% (anterior: 10%), 4,2% (anterior: 4,6%) e 4,8% (anterior: 4,6%), respectivamente.

Em relação ao cenário internacional, nota-se maior incerteza da autoridade monetária em relação ao ciclo econômico, principalmente com a perspectiva de queda no ritmo de crescimento decorrente do avanço da variante delta. Por enquanto, o COPOM mantém expectativa de que o ambiente está favorável para economias emergentes, mas reforça que questionamentos sobre os riscos inflacionários podem tornar este ambiente mais desafiador.

Sobre a atividade local, o Banco Central reforça que os últimos dados não ensejam mudança relevante no cenário prospectivo.

No cenário inflacionário, o COPOM destaca a persistência na dinâmica de bens industriais além do avanço dos serviços em consequência da reabertura da economia. Elencam-se também os riscos em torno de itens voláteis como alimentos e commodities.

Note-se também que a relação das projeções mencionadas no comunicado entre administrados e IPCA fechado indica um avanço de preços livres mais forte em 2022 mesmo com os juros subindo a patamar mais elevado.

O balanço de riscos segue mostrando possível reversão do preço das commodities como principal item capaz de produzir inflação abaixo do cenário básico. Já do lado altista, nota-se novamente a preocupação com questões fiscais.

Finalmente, a classificação do horizonte relevante segue contemplando ‘o ano calendário 2022 e, em menor grau, o de 2023’.

Nossa leitura é de que o comunicado reconhece que a maior parte da pressão inflacionária persistirá. O comentário da inércia, retirado deste comunicado, foi utilizado como justificativa para aceleração do ritmo de normalização da reunião passada. Podemos supor que para nova aceleração do ritmo o COPOM precisaria de novas indicações de intensificação e persistência do choque inflacionário.

Em suma, o comunicado reforça a perspectiva de mais uma elevação da taxa SELIC de 1% na próxima reunião. Mantemos nossa projeção de que a taxa atinja 8,0% este ano e 8,5% no ano que vem.

Aguardamos agora a Ata que será divulgada na próxima terça-feira para maiores informações sobre a trajetória da taxa SELIC.

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