Os dados de inflação divulgados no relatório de personal income and spending reforçam o cenário posto pela divulgação do CPI anteriormente: o choque da pandemia é amplamente desinflacionário.
PCE Deflator (MoM): -0.5% (esperado: -0.6%; anterior: -0.3%)
PCE Core Deflator (MoM): -0.4% (esperado: -0.3%; anterior: -0.1%)
PCE Deflator (YoY): 0.5% (esperado: 0.5%; anterior: 1.3%)
PCE Core Deflator (YoY): 1.0% (esperado: 1.1%; anterior: 1.7%)
Em termos de composição do índice em doze meses vemos um cenário amplamente deflacionário para a parte de bens, enquanto serviços evolui abaixo da média do FED na ponta. É a primeira vez desde 2016 que esta abertura fica abaixo de 2%.
Chama atenção no relatório as divulgações de personal income and spending. Enquanto os gastos colapsaram conforme o esperado, a parte de receitas (income) apresentou forte evolução positiva. Explica-se possivelmente pela maior parte das demissões terem ocorrido em empregos de baixa renda. Somando-se aos benefícios de auxílio desemprego expandidos em consequência da pandemia, as receitas acabam tendo impacto positivo.
Em suma, o relatório reforça o cenário de choque de demanda, com retração do consumo e efeitos desinflacionários para a economia. Em termos de FED, poucas novidades: a postura de política monetária permanecerá extremamente acomodativa mesmo com a economia americana iniciando algum tipo de recuperação ao longo dos próximos meses.
Felipe Sichel
Estrategista do banco digital modalmais
Fonte: https://www.modalmais.com.br/blog