Durable Goods e PIB | Macro Research
Bottom line:
- As encomendas de bens duráveis mostraram avanço acima do esperado. A surpresa foi majorada pelas revisões no mês passado para cima e, especialmente, pelo elevado grau de surpresa no índice de envios subjacente, que entra diretamente no PIB.
- O PIB do terceiro trimestre nos EUA não teve revisões no headline, conforme o esperado e, portanto, segue mostrando avanço de 33.1% QoQ anualizado.
Comentários:
Durable goods:
As encomendas de bens duráveis mostraram avanço acima do esperado. A surpresa foi majorada pelas revisões no mês passado para cima e, especialmente, pelo elevado grau de surpresa no índice de envios subjacente, que entra diretamente no PIB.
- Durable Goods Orders: 1.3% (esp. 0.8%; ant. 1.9%, rev. p/ 2.1%)
- Durable Goods Orders Ex. Transp.: 1.3% (esp. 0.5%; ant. 0.9%, rev. p/ 1.5%)
- Capital Goods Orders Non-def. Ex-Air.: 0.5% (esp. 0.7%; ant. 1.0%, rev. p/ 1.9%)
- Capital Goods Shipments Non-def. Ex-Air.: 2.3% (esp. 0.4%; ant. 0.5%, rev. p/ 0.7%)
Por dentro do índice, destaque para o avanço de encomendas de computadores, equipamentos elétricos e fabricated metals (Crescendo 2.3% pelo segundo mês consecutivo), enquanto maquinário teve a primeira queda de encomendas desde abril deste ano.
Por dentro dos shipments, todas as categorias ex-transportations tiveram variação positiva, com destaque especial para computadores e eletrônicos que aceleraram 3.1% no mês e avançam 10.3% no ano. O índice de shipments core, que entra diretamente no PIB registra avanço de 4.71% no YoY, maior patamar desde o começo de 2019 e reforça a tese de recuperação da economia americana no começo do quarto trimestre.
PIB:
O PIB do terceiro trimestre nos EUA não teve revisões no headline, conforme o esperado e, portanto, segue mostrando avanço de 33.1% QoQ anualizado.
A composição do indicador mostra menor contribuição de consumo privado, exportações líquidas e consumo do governo. Por outro lado, investimentos contribuem em maior magnitude do que o visto anteriormente, principalmente por uma grande revisão em propriedade intelectual (adv: -0.03% de contribuição vs. atual: +0.34% de contribuição).
Em suma, os dados da manhã de hoje reforçam a perspectiva de expansão ao longo do terceiro trimestre (como já visto na primeira leitura do PIB) e adicionam viés positivo para a largada do quarto trimestre. Os riscos para os últimos dois meses do ano relacionam-se principalmente a reaceleração do COVID e seu possível impacto sobre a atividade. Esperamos perda de momento da atividade pelo menos nos dados relativos a novembro (como antevisto nas pesquisas de confiança do consumidor) o que, sem embargo, deve ser uma pausa momentânea na recuperação vista as perspectivas positivas em torno de vacina. Uma vez resolvido isto, o risco central passa a ser fiscal, com possibilidade de o governo dividido implicar em um fiscal consideravelmente menor do que o antecipado, junto a sazonalidade negativa do PIB no primeiro tri.
Felipe Sichel
Estrategista do banco digital modalmais
Fonte: https://www.modalmais.com.br/blog