Hoje é dia de eleição nos EUA, com os olhos do mundo voltados para a disputa entre Donald Trump e Joe Biden.

Antes disso, ontem foi feriado no Brasil, todos os principais mercados acionários do mundo operaram com altas acentuadas. Hoje esse quadro persiste e até fortalece, com as Bolsas asiáticas em boa alta (Tóquio não operou), Europa também com bom desempenho nesse início de dia e futuros dos EUA também em alta forte, mas novamente com as ações de tecnologia comparativamente mais fracas. Aqui, certamente há muito espaço para recuperações. Só lembrando, na última sexta-feira fechamos com queda de 2,72% e índice em 93.952 pontos, e vamos ter que ajustar para o movimento de ontem e também a alta de hoje.

Como dito, vamos passar a madrugada acordados para acompanhar os resultados parciais da eleição americana, porém a dúvida permanece em relação ao possível questionamento e judicialização do processo eleitoral. Trump já acionou seus advogados para eventualmente questionar resultados em estados de diferença apertada, e Biden anunciando que Trump não será declarado vencedor antecipadamente.

Além disso, há enorme preocupação em saber se o vencedor comandará as duas casas do Congresso americano. Trump prometeu redução de impostos e Biden diz que ampliará os estímulos fiscais. Mas, aparentemente, a situação nos Estados pêndulos não mudou muito nessa reta final, apesar dos esforços dos candidatos em regiões como Flórida e Pensilvânia. Segundo o noticiário, 98 milhões já votaram antecipadamente, e isso representa 71% de toda votação no ano de 2016.

Na Austrália, o banco central anunciou corte da taxa de juros básica para 0,10% (anterior em 0,25%), sendo essa a primeira vez desde o mês de março. Os mercados também reverberam na sessão de hoje os indicadores PMI da atividade industrial divulgados em diferentes países durante a sessão de ontem e a possível manutenção de cortes de produção de petróleo pelos membros da OPEP, especialmente os produtores russos.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 3,15%, com o barril cotado a US$ 37,97. O euro era transacionado em alta para US$ 1,17 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,87%. O ouro e a prata tinham boas altas na Comex e commodities agrícolas com altas na Bolsa de Chicago.

Atenção para a mudança de horário de encerramento da B3 a partir de hoje, que fecha às 18 horas e sem after market, acompanhando a saída dos EUA do horário de verão que também encerra junto. Aqui, o Senado promete discutir e eventualmente votar a independência do Bacen, mas na Câmara pode ficar para 2021. Além disso, seguem as acusações sobre o centrão estar bloqueando a pauta de votações para depois das eleições, com o país perdendo dias preciosos para sinalizar ajustes absolutamente necessários na economia.

Na agenda do dia teremos a ata do Copom da última reunião da semana passada, a nova pesquisa semanal Focus deslocada de ontem pelo feriado e o saldo da balança comercial do mês de outubro. Nos EUA, as encomendas à indústria de setembro.

A semana será intensa e pode manter a volatilidade dos mercados de risco, encerrando o período com a divulgação do Payroll americano com a criação de vagas no conjunto do mês dos setores privado e público.

A expectativa é de Bovespa em alta, dólar mais fraco e juros em queda.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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