Em dia de agenda fraca tanto aqui, quanto no exterior, os mercados vão reagir à tributação aumentada da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para instituições e a fala de desabafo do ministro Paulo Guedes de hoje cedo.

O presidente e o ministro Paulo Guedes estão sob pressão e reagiram com o confronto, exatamente quando o Brasil precisa de paz. Bolsonaro contesta a pandemia quando as UTIs estão acima de 80% da capacidade, o uso de máscaras, a vacinação massiva da população e o fechamento de capitais e regiões por governadores e prefeitos. Já Paulo Guedes diz que se fizer errado, o Brasil vai virar uma Argentina em seis meses, ou Venezuela em um ano e meio.

Acrescenta que o auxílio emergencial sem contrapartida será caótico para a economia, situação que parece querer vingar.

Enquanto isso, Flávio Bolsonaro compra mansão em Brasília de R$ 6 milhões, segundo denúncia do Jornal Estadão e o senador Tasso Jereissati declara que “é preciso parar esse cara”, em referência ao presidente. O brasileiro precisa é de paz e não de guerra, após estar trancado em casa durante um ano e com 256 mil óbitos pela covid-19 e sem vacinas para aplacar o medo.

Ontem o governo anunciou a queda do PIS/COFINS sobre combustíveis, substituindo pelo aumento da CSLL de bancos que passará em julho de 20% para 25% e de corretoras, seguradoras e cooperativas que será de 20%, ao invés dos 15% atuais. Simples assim, enquanto setores de lobbies fortes seguem imutáveis.

Ontem os mercados no exterior tiveram dia bastante positivo e a Bovespa não acompanhou, subindo apenas 0,27% e índice em 110.334 pontos, com o dólar praticamente estável em R$ 5,60. Hoje, mercados da Ásia encerraram o dia com quedas, exceto Seul, mercados da Europa começaram também em queda e já passam para o positivo, enquanto os futuros do mercado americano encolhem as perdas do início da manhã. Aqui, não deveríamos perder o patamar de 107.500 pontos, sob pena de acelerar vendas, e o melhor seriam se conseguíssemos voltar a ultrapassar a faixa de 115 mil pontos, mas ainda estamos longe.

No exterior, o banco central da Austrália manteve a taxa de juros inalterada em 0,10% e na Alemanha, as vendas no varejo de janeiro encolheram 4,5%, de previsão de queda de somente 1%. Na zona do euro, a inflação preliminar de fevereiro medida pelo CPI (consumidor) registrou alta de 0,9% na comparação anual, de previsão de +1%, com núcleo em +1,1%.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava leve alta de 0,03%, vindo de queda, com o barril cotado a US$ 60,66. O euro era transacionado em queda para US$ 1,202 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,42%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas com viés negativo na Bolsa de Chicago.

Aqui, a Fipe anunciou o IPC fechado de fevereiro em desaceleração para 0,23%, vindo de 0,86%, mas a inflação do ano acumula alta de 1,09% e em 12 meses com +6,35%. Hoje, tecnicamente, seria dia de leitura da PEC Emergencial, seguida de votação. Vamos ver se o cronograma será mantido. É uma corrida contra o tempo.

A agenda fraca não tem capacidade de mudar os mercados, mas olho vivo nas declarações e noticiário, num dia que começou acelerado.

Expectativa de Bovespa ainda em queda, mas podendo melhorar se exterior firmar, dólar pressionado e juros em alta.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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