Com exceção para a Bolsa de Tóquio praticamente estável (-0,06%), o dia foi de mercados acionários em boa alta em todos os continentes. O cerne da questão é a retomada e programação de países para reabertura de suas economias, com achatamento da curva de contágio e óbitos. Aqui, ao contrário, ontem foi dia de recorde de óbitos e fala destrambelhada do presidente Bolsonaro, extremamente criticada em todos os veículos de mídia.

Dia também de investidores aguardando a decisão do FED sobre política monetária, com a quase certeza de manutenção dos juros no patamar vigente. No meio do dia fomos surpreendidos positivamente por declarações confirmando que o remédio Remdesivir obteve sucesso no tratamento do Covid-19, o que acelerou um pouco mais os mercados de risco. Além disso, boa alta do petróleo no mercado internacional trouxe tranquilidade.

No que tange a decisão do FED de manter juros, já era bastante esperada, mas soou bem a disposição para fazer o que for preciso, elevar o nível de títulos detidos ao necessário e manterem juros até terem certeza de que a economia reage e estão na direção das metas.

O FOMC identifica forte declínio da atividade e fechamento de vagas, riscos elevados no curto prazo e consideráveis no médio prazo, vão seguir comprando títulos e monitorando a economia. Alertaram ainda que a disrupção na atividade pode afetar as condições financeiras e a demanda fraca e preço do petróleo seguram a inflação. O presidente do FED Jerome Powell seguiu literalmente os termos do comunicado, e podemos acrescentar que na sua visão será necessária alguma ajuda fiscal direta.

Já o secretário americano Kudlow previu que no segundo semestre os EUA irão crescer entre 17% e 20%. Ainda por lá, as vendas de imóveis pendentes de março caíram 20,8%, mas o dado mais importante foi a contração do PIB dos EUA na primeira leitura do primeiro trimestre de -4,8% anualizado, maior que o estimado de -4%. A inflação do trimestre anualizada foi de 1,3% e núcleo em 1,8%.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava forte alta de 24,4%, com o barril cotado a US$ 15,36. Notícias que os EUA e a Rússia iriam reduzir bastante a produção de óleo, e mesmo considerando que os estoques de óleo cresceram na semana nos EUA. O euro era transacionado em alta para 1,088 e notes americanos de 10 anos com juros em 0,63%. O ouro em queda e a prata em alta na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago. O minério de ferro na China fechou com leve alta de 0,36% e a tonelada em US$ 82,50.

No segmento local, soaram más declarações no âmbito político pelo presidente Bolsonaro sobre os óbitos e o presidente da Câmara Rodrigo Maia, novamente abreviou comentários. Maia disse querer votar os dois turnos da PEC do orçamento de guerra até a próxima segunda-feira, e alertou para a situação dramática dos entes da Federação e necessidade de elevar gastos. Disse ser cada vez mais importante melhorar a dinâmica dos gastos públicos.

O Tesouro anunciou que o déficit do governo central em março foi de R$ 21,17 bilhões e no trimestre de R$ 2,9 bilhões. O déficit primário em 12 meses atinge 1,21% do PIB. O déficit do INSS foi de R$ 18,9 bilhões. O secretário do Tesouro Mansueto, disse que vai rever o volume de dividendos que receberiam por conta do Covid-19 e que o desemprego desequilibra inda mais a Previdência. Há quase unanimidade de que o período entre abril e junho será horrível para as contas públicas. O déficit nominal para 2020 está sendo estimado entre 12% e 13% do PIB.

Tivemos ainda o relatório de estabilidade financeira que, em síntese, mostrou que as instituições estão bem posicionadas. O fluxo cambial até 24/4 estava negativo em 2020 em US$ 14,8 bilhões e as reservas líquidas estavam em US$ 305,6 bilhões. No mercado, dia de DIs com comportamento de queda dos juros e dólar em mais um dia de queda de 2,90% e cotado a R$ 5,355, mas com grande volatilidade. Na Bovespa, na sessão de 27/4, os investidores estrangeiros retiraram recursos no montante de R$ 503 milhões, deixando abril negativo em R$ 5,2 bilhões e o ano com saídas líquidas de R$ 69,6 bilhões.

No mercado acionário, dia de alta da Bolsa de Londres de 2,77%, Paris com +2,22% e Frankfurt com +2,89%. Madri e Milão com altas de respectivamente 3,21% e 2,21%. No mercado americano, Dow Jones com +2,21% e Nasdaq com 3,57%. Na Bovespa,e dia de alta de 2,29% e índice em 83.170 pontos.

Na agenda de amanhã, aqui a nota de política fiscal de março, o desemprego na Alemanha, a decisão do BCE sobre política monetária nos EUA os pedidos de auxílio-desemprego e deflator de gastos com consumo (PCE) de março.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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