O dia está começando com bom rali de alta nos principais mercados acionários do mundo, mas há muito para ser analisado e digerido pelos investidores, principalmente no mercado doméstico. Investidores animados com anúncio de que uma empresa americana teria tido sucesso com um remédio para tratamento do Covid-19 (Gilead) e suas ações subiam mais de 14% no pré-mercado americano.

Também empolgados com o anúncio do presidente Donald Trump sobre a reabertura da economia, mas deixando a decisão para cada um dos Estados. O PIB do primeiro trimestre da China também veio melhor que o previsto e motiva investidores.

Mas há também as situações negativas, como a forte queda do petróleo no mercado internacional com perdas maiores que 7% (agora queda suavizada), seus efeitos sobre o mercado local onde Petrobras tem grande ponderação no Ibovespa, e, além disso, a briga aberta pelo presidente Bolsonaro contra o presidente da Câmara Rodrigo Maia que não serve para nada, apenas para mudar o foco da discussão da demissão do ministro da Saúde Mandetta ontem.

Hoje mercados da Ásia encerraram com boas altas e destaque para a Bolsa de Tóquio com +3,15%, depois de Shinzo Abe decretar emergência nacional. A Europa com altas ao redor ou acima de 4% nesse início de manhã e futuros do mercado americano com valorizações maiores que 2%. Aqui, a Bovespa pode seguir o exterior positivo, mas terá que descontar alguma coisa do preço do petróleo e da briga de Bolsonaro. De qualquer forma seguimos acreditando que há espaço para buscar superar novamente o patamar de 80 mil pontos e depois apontar para 83 mil pontos do índice.

Na China, durante a madrugada, o PIB do primeiro trimestre de 2020 mostrou queda anual de 6,8%, menor que o previsto de -8,3%, mas de qualquer forma a primeira contração desde 1992. Contra igual período do ano anterior queda de 9,8%. A produção industrial encolheu em março 1,1% de previsão de -7,5% e as vendas no varejo com redução de 15,8% na comparação anual de março.

Os investimentos em ativos fixos urbanos com queda de 16,1% e a venda de imóveis encolhendo 22,8% no primeiro trimestre, mas já mostrando melhora.

Na zona do euro, a inflação medida pelo CPI de março desacelerou para +0,7% e o núcleo com 1%, na mesma base de comparação. Trump sinalizou a abertura da economia deixando a critério dos Estados a decisão em três fases distintas, mas será preciso que tenham 14 dias de queda do número de contágios.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava novamente queda de 7,70%, com o barril cotado a US$ 18,34. O euro era transacionado em leve queda para US$ 1,084 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,64%, o ouro e a prata com quedas na Comex e commodities agrícolas majoritariamente em altas na Bolsa de Chicago.

Aqui, o presidente Bolsonaro em entrevista em rede de TV criticou duramente o presidente da Câmara Rodrigo Maia que disse que não vão responder e sim trabalhar pelo Brasil e aprovar o que é preciso para o país.

Na economia, a Fipe divulgou o IPC da segunda quadrissemana de abril com deflação de 0,03% (anterior em +0,03%) e a FGV anunciou a segunda prévia do IGP-M de abril com alta de 1%, contra anterior de 0,99%. O dia promete ser de alta da Bovespa apesar da briga de Bolsonaro e da questão do petróleo, dólar ainda forte e juros em queda. Na agenda, a reunião do Banco Mundial sobre Covid-19, a fala de dirigentes do FED e o índice de indicadores antecedentes.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado


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