Ontem, os mercados tiveram um dia de recuperação, depois de sucessivas perdas, e isso apesar do coronavírus continuar em ascensão na China e mundo. Hoje os mercados começando o dia ainda mais forte no mundo, apesar de um pouquinho afastado das máximas já alcançadas.

Vamos ao balanço do coronavírus: são 20.438 infectados e com registro de 425 mortes, sendo a primeira em Hong Kong, depois das Filipinas ontem. Aqui o governo tem 14 casos sendo avaliados e ontem decretou emergência, vai também buscar os brasileiros na região de Wuhan, provavelmente até sexta-feira, com quarentena possivelmente em Anápolis.

Hoje mercados encerraram com altas em toda a Ásia, Europa operando com altas acima de 1% nesse início de manhã e situação idêntica para os futuros do mercado americano. Aqui, ontem tentamos ficar acima de 115.000 pontos, fechamos abaixo disso, mas hoje pode conseguir fixar e buscar acima de 116.000 pontos.

A safra de balanços prossegue bem no mundo e a Petrobras anunciou que vai divulgar resultados no próximo dia 19/2. Os mercados só melhoraram durante a madrugada depois de o PBOC (Banco Central Chinês) anunciar nova injeção de recursos de 500 bilhões de yuans em recompras reversas, como fez ontem na abertura dos mercados depois do feriado prolongado.

Na zona do euro foi anunciado o PPI de dezembro (preços no atacado) estável, mas na comparação anual mostra deflação de 0,7%. Já a Austrália anunciou juros estabilizados em 0,75% por mais um período. Na Europa há certa apreensão com as negociações que começam entre a União Europeia e o Reino Unido no pós-Brexit.

Já nos EUA vexame nas primárias de Iowa, onde problemas de tecnologia impediram a divulgação dos resultados da escolha democrata. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 1,52%, com o barril cotado a US$ 50,87, depois de ter caracterizado Bear Market com a queda forte dos últimos dias. O euro era transacionado em queda para US$ 1,105 e notes americanos com alta de juros para os títulos de 10 anos. O ouro mostrava queda e a prata alta na Comex e commodities agrícolas com comportamento de alta na Bolsa de Chicago.

Aqui o governo acatou sugestão de Rodrigo Maia e emitiu PL (projeto de Lei), ao invés de MP (medida provisória) sobre o processo de quarentena. Já a Petrobras disse que está conseguindo produzir e abastecer, mesmo com a greve dos petroleiros em seu terceiro dia. Além disso, a operação de follow-on de ações do BNDES indica demanda três vezes maior, numa oferta que pode chegar a R$ 23 bilhões, no Brasil e nos EUA. Investidores parecem aproveitar a queda recente para refazer posições.

Já o líder do governo admite que pode flexibilizar a extinção de municípios no Pacto Federativo, uma das prioridades do presidente Bolsonaro ao Congresso Nacional. A Fipe também anunciou que o IPC de janeiro desacelerou para 0,29% (anterior em 0,94%) com a taxa em 12 meses atingindo 4,10%.

A agenda do dia não tem grande capacidade de mexer com os mercados, mas o IBGE anuncia a produção industrial de dezembro que pode ter encolhido próxima de 0,5% (interrompendo sequência de alta) e mostrando o ano de 2019 com contração da ordem de 1,10%.

O dia deve ser de alta da Bovespa, dólar forte no exterior podendo ter alguma realização local e juros em alta.
Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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