Ontem a Bovespa andou na contramão positiva dos principais mercados acionários do mundo pelo segundo pregão consecutivo, fechando com alta de 0,84% e índice em 99.334 pontos, enquanto o Dow Jones perdeu 0,58% e o Nasdaq com -0,80%. Dólar por aqui encerrou com valorização de 0,34% e cotado a R$ 5,597.

Hoje mercados no mundo descem a ladeira mostrando forte aversão ao risco, por conta das dificuldades de aprovação de acordo entre Democratas e Republicanos sobre novo pacote de estímulo fiscal e também por forte contaminação pela covid-19, provocando toque de recolher na França a partir de sábado e possibilidade de lockdown na Inglaterra. Resultado disso, Bolsas asiáticas encerrando no campo negativo, Bolsas europeias com fortes perdas nesse início de manhã e futuros do mercado americano na mesma direção. Aqui, o dia deve ser pesado com quadro fiscal deteriorado e não deveríamos perder o patamar de 97.800 pontos do índice.

Durante a madrugada, a China anunciou a inflação medida pelo CPI de setembro (Consumidor) em desaceleração para 1,7% anual (anterior em 2,4%) com alimentos subindo 7,9%. Já o PPI (atacado) com deflação de 2,1%, vindo de -2%. Lá o PBOC injetou o equivalente a US$ 74,3 bilhões com juros para um ano de 2,95% e fez lançamento de US$ 6 bilhões em bônus, igualando o recorde de 2019.

O FMI diz que a pandemia pode custar cerca de US$ 28 trilhões ao PIB nos próximos cinco anos e acrescenta que o mundo vive momento de novo Brentton Woods de 1944, com regras para comercialização por países industrializados e moedas congeladas em relação ao dólar.

Fauci, que gerencia a pandemia nos EUA, disse que vacinas seguras e em escala devem estar disponíveis para população já em abril de 2021. E Donald Trump autorizou o secretário do Tesouro americano, Steve Mnuchin, a seguir negociando o pacote de estímulos, mas ele já tinha estimado que nada deve acontecer até depois das eleições americanas. E por falar em eleições, pesquisa nacional indica que Joe Biden está 11% acima de Trump nas intenções de voto.

No Brasil, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diz que o governo acertou ao separar o tratamento dado aos servidores antigos e novos na reforma administrativa e sugeriu o fim dos incentivos tributários. O ministro Paulo Guedes lembrou que é preciso cuidado, pois isso destruiria o parque produtivo da zona franca. Já a instabilidade das LFTs faz com que os recursos migrem para a poupança que superou R$ 1 trilhão e também para CDBs. Aliás, o governo tem hoje novo teste com a colocação de operações compromissadas de dois meses, e leilões de LFTs, NTNs-F e LTNs.

Na agenda do dia teremos a divulgação do IBC-BR de agosto (previa do PIB pelo Bacen) e nos EUA os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior, os índices de atividade industrial da Filadélfia e de NY de outubro, os preços dos importados de setembro e vários discursos de dirigentes do FED.

O dia deve ser marcado pela Bovespa acompanhando as quedas no exterior e aversão ao risco, dólar mais forte e juros dependentes da colocação de títulos.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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