O dia até começou muito bem para os mercados de risco no mundo, depois de boas altas durante a madrugada nos mercados asiáticos. Porém, mesmo com indicadores positivos sendo apresentados no decorrer do dia, as Bolsas foram perdendo força e o câmbio assumiu grande volatilidade. As Bolsas europeias ainda encerraram com fortes altas, mas o mercado americano foi desacelerando, provocando também desaceleração na Bovespa.

O processo de alta do início da manhã (a Bovespa chegou a subir 1,72% e índice em 97.864), ocorreu por conta da expectativa dos investidores sobre o desenvolvimento de vacinas contra o vírus e antecipação de aplicação. O presidente Trump até deu uma força, ao dizer que três empresas estavam adiantadas no desenvolvimento. Ocorre que a possibilidade de uma segunda onda se fez mais presente, com a contaminação ampliando nos EUA e especialmente na Flórida, e novas restrições impostas de circulação e convívio.

Também não adiantou muito o Payroll (criação de vagas no conjunto da economia americana) de junho com a criação de 4,8 milhões de vagas, quando a previsão era de 3,7 milhões. A taxa de desemprego também caiu para 11,1%, menor que o previsto e pode cair para 10% em julho. O saldo da balança comercial americana foi de déficit em alta de 9,7% em maio, em US$ 54,6 bilhões. Já as encomendas à indústria cresceram 8% abaixo do esperado de 8,7%. Trump comemorou a retomada da economia e ainda pediu cortes de impostos urgentes. O secretário do Tesouro, Mnuchin, falou explicitamente sobre apoio fiscal.

James Bullard, do FED de St. Louis, é quem foi mais comedido e declarou preocupação com a falência de empresas podendo detonar crise financeira. O Congresso americano também aprovou sanção contra autoridades chineses, por conta da interferência em Hong Kong. Agora, o texto segue para sanção de Trump.

Na União Europeia, os membros vão se reunir em 8/7 para fechar acordo sobre o fundo de recuperação da economia, no valor de 750 bilhões de euros e propagandeado por Merkel da Alemanha e Von Der Leyen da União Europeia. No mercado internacional, o petróleo tinha dia de alta para o WTI negociado em NY de 1,05% e com o barril cotado a US$ 40,24. O euro mostrava leve queda para US$ 1,124 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,67%. O ouro e a prata em alta na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto. O minério de ferro negociado na China teve dia de alta de 0,30% e a tonelada em US$ 99,47.

No cenário local, tivemos o anúncio pelo IBGE da produção industrial de maio com expansão de 7% (previsão era +6,15%), mas mostrou contração de 21,9% contra igual período de 2019 e queda no ano de 11,2%. A média trimestral ficou em queda de 8% e estamos 34,1% abaixo do pico em maio de 2011 e 21,1% menor que antes da crise. Apesar disso, a retomada lenta foi comemorada, e o pior parece mesmo ter ficado em abril.

A área econômica também revisou suas projeções de cenário para a dívida bruta. No cenário pessimista de encolhimento do PIB de 8,5%, a dívida passa de 100% do PIB. No cenário base (Focus) de queda do PIB de 6,5%, a dívida atinge 98,2% do PIB e no otimista fica em 95,6%. Ou seja, em qualquer das opções, será extremamente difícil e elevada a dívida para um país emergente e desequilibrado nas finanças públicas. O déficit do setor público deve atingir R$ 828,6 bilhões, mas existem projeções piores.

O ministério da infraestrutura quer fazer três concessões e 11 arrendamentos ainda em 2020 e o BNDES disponibilizará R$ 20,4 bilhões para o plano safra 2020/21. No mercado, o dólar teve dia de alta de 1,01%, com a moeda encerrando cotada a R$ 5,36. Na Bovespa, no mês de junho, os investidores estrangeiros aplicaram liquidamente R$ 343 milhões, o primeiro mês positivo desde 9/2019, mas o saldo de 2020 está negativo em R$ 76,5 bilhões.

No mercado acionário, dia de alta da Bolsa de Londres de 1,34%, Paris com +2,49% e Frankfurt com +2,84%. Madri e Milão com altas de respectivamente 3,75% e 2,88%. No mercado americano, o Dow Jones com +0,36% e Nasdaq com +0,52%. Na Bovespa, dia de alta de 0,03% e índice em 96.234 pontos. Na máxima bateu 97.864 pontos.

Amanhã é feriado das comemorações da Independência americana (4/7), mercados não funcionarão e o resto do mundo perde muito do referencial de preços dos ativos e liquidez. Isso pode ter influído também na sessão de hoje. Aqui, nenhum indicador com capacidade de afetar mercados.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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