Ontem, os mercados que já vinham operando no campo negativo ao longo do dia aceleraram tendência no final da sessão, a Bovespa encerrou com perda de 1,19% e índice em 97.761 pontos, enquanto o Dow Jones perdeu 1,51% e o Nasdaq com -0,86, depois de ter batido novo recorde de pontuação histórica.
Hoje mercados asiáticos encerraram com comportamento misto e novo destaque de alta para a Bolsa de Xangai com +1,74% e fundada na recuperação da economia chinesa. Mercados da Europa operando no campo negativo no início de manhã e futuros do mercado americano agora com comportamento misto, depois de terem começado em queda.
Aqui, não deveríamos perder inicialmente a faixa dos 93 mil pontos do Ibovespa e depois, principalmente, o patamar de 90 mil pontos, sob pena de atrasar a recuperação. Do lado positivo marcamos ser fundamental superar a faixa de 99 mil pontos (já arranhada), para adquirir maior consistência de recuperação.
Investidores seguem preocupados com possível nova onda de contágio da covid-19 atrasando a recuperação econômica global e exigindo ainda maiores esforços de bancos centrais e governos. O vice-presidente do FED, Clarida, declarou que o caminho da recuperação será guiado pela covid-19, e Loretta Mester, presidente do FED de Cleveland, disse haver um longo caminho até o retorno ao patamar pré-crise.
Assessores de Donald Trump avaliam proposta para enfraquecer o dólar de Hong Kong e evitar pressões de compra sobre a moeda americana ao mesmo tempo em que estudam eventuais novas punições contra a China, por conta da implantação da lei de segurança nacional em Hong Kong. Já no BCE (BC europeu), Christine Lagarde (presidente) sugere que não adotar novas medidas de flexibilização na próxima reunião marcada para 16/7.
A expectativa de estoques de petróleo em alta sinalizada ontem pela API e que pode ser confirmada hoje pelo Departamento de Energia dos EUA, força os preços no mercado internacional no sentido da queda. O petróleo WTI negociado em NY mostrava queda no início da manhã, mas agora opera praticamente estável, com queda de 0,02% e com o barril cotado a US$ 40,61.
O euro era transacionado em alta para US$ 1,128 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,65%. O ouro e a prata mostravam altas na Comex e commodities agrícolas com quedas na Bolsa de Chicago.
Aqui, os 17 setores prejudicados pelo veto do presidente sobre desoneração da folha de pagamentos tentam fazer coalizão para forçar derrubar e o segmento de call centers diz que pode demitir cerca de 25% da mão de obra. A FGV anunciou o IGP-DI de junho com expansão de 1,60% (anterior em 1,07%) deixando a inflação de 2020 em 4,54% e em 12 meses com +7,84%.
O secretário americano Mike Pompeo conversou com o chanceler Ernesto Araújo sobre o combate a covid-19, e também sobre os laços econômicos entre os dois países. Há interesse contra a gigante chinesa Huawei no fornecimento de tecnologia 5G ao Brasil. Já o presidente Bolsonaro foi contaminado pela covid-19 e é objeto de noticiário internacional, mas passa bem.
No mercado, a expectativa é de Bovespa fraca, dólar mais comportado e com menor volatilidade e juros em queda no curto prazo. Na agenda teremos as vendas no varejo de maio pelo IBGE e expectativa de expansão da ordem de 7,7%; além do fluxo cambial da semana anterior. Nos EUA teremos o crédito ao consumidor de maio e estoques de petróleo e derivados.
Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado