O dia foi marcado pela confluência de notícias positivas que impulsionaram os mercados e reduziram a aversão ao risco dos investidores. Não bastasse o fato de Biden ter sido eleito pelos votos das urnas, independente do que pense ou diga Trump, ainda tivemos dois outros fatos motivadores que fizeram com que os mercados abrissem com gap de alta. De um lado a notícia sobre vacina para a covid-19, e de outro, os preços do petróleo no mercado internacional.

Sobre a vitória de Biden e ações que Trump possa adotar, já falamos quase que com exaustão, mas é fato que o mundo (exceto alguns poucos países) já reconheceram a vitória. Sobre vacinas, a notícia veio com a Pfizer/Biontech falando de eficácia de 90% na prevenção, a da Novavax recebendo designação de rápida aprovação da FDA (Food and Drug Administration), e ainda a Rússia dizendo que a eficácia de sua vacina é ainda maior. Não importa, se estiverem corretos, será a garantia de imunização mais rápida do mundo, onde 50 milhões já foram contaminados.

Já sobre o petróleo, no final da semana passada, os russos já tinham declarado que poderiam seguir com o corte de produção do óleo para equilibrar o mercado em 2021. Hoje foi a vez do ministro saudita dizer o mesmo e acreditar que isso pode acontecer mesmo com a Líbia produzindo novamente um milhão de barris. Além disso, a expectativa com vacina ampliando a recuperação econômica global deu também impulso. Foi o que bastou para o óleo WTI negociado em NY subir mais de 10%. Já as Bolsas vinham subindo forte desde a madrugada na Ásia, passando pela Europa e EUA em novas altas e ainda pela Bovespa.

A União Europeia assinou com o consórcio da Pfizer a compra de 300 milhões de doses da vacina, enquanto o BOE (BC inglês) falava que as incertezas estão freando investimentos no momento. Ainda na União Europeia, o principal negociador, Barnier, disse ter uma lista de prioridades para serem discutidas com o Reino Unido e nova rodada de negociações. Lembrando que o Brexit começa na virada do próximo ano.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 8,13%, com o barril cotado a US$ 40,16, depois de ter voltado a ultrapassar a casa de US$ 41. O euro era transacionado em queda para US$ 1,183. Com a queda da aversão ao risco, o ouro e prata tiveram dia de forte queda na Comex e commodities agrícolas com viés de alta na Bolsa de Chicago. Durante a madrugada, o minério de ferro fechou em forte alta de US$ 3,35 na China, com a tonelada em US$ 121,75.

No cenário local, a nova pesquisa semanal Focus do Bacen trouxe a inflação de 2020 subindo mais forte em 3,20% e alta também para 2021 para 3,17%. Lembramos que os preços no atacado estão subindo forte e podem contaminar o varejo. O PIB projetado para o ano teve melhora na margem para -4,80% e a produção industrial também melhor, queda de 5,49%. O saldo previsto para a balança comercial também encolheu para superávit de US$ 57,9 bilhões, vindo de pesquisa anterior em US$ 58,7 bilhões. O dólar permaneceu estável em R$ 5,45.

Falando de balança comercial, na primeira semana de novembro o superávit ficou em US$ 1,55 bilhão, acumulando em 2020 superávit de US$ 49 bilhões.

No mercado, ainda na parte da manhã, o dólar chegou a cair forte até próximo de R$ 5,22, para depois recuperar e fechar com +0,30% e cotado a R$ 5,388. Na Bovespa, na sessão de 5/11, os investidores estrangeiros alocaram recursos no montante de R$ 1,11 bilhão, deixando o mês de novembro positivo em R$ 2,8 bilhões, mas com o ano de 2020 ainda mostrando saídas líquidas de R$ 82 bilhões.

No mercado acionário, dia de Europa fechando como poucas vezes visto. A Bolsa de Londres registrou valorização de 4,67%, Paris com +7,57% e Frankfurt com 4,94%. Madri e Milão com altas expressivas de respectivamente 8,57% e 5,43%. No mercado americano, alta do Dow Jones de 2,95% e Nasdaq com -1,53%. Na Bovespa, dia de alta de 2,54% e índice em 103.485 pontos (máxima em 105.146 pontos), com destaque absoluto para Petrobras com +9,42% e bancos (Itaú +8,10%).

Na agenda de manhã teremos a primeira prévia do IGP-M de novembro e levantamento sistemático da produção agrícola de outubro. Nos EUA, a confiança do pequeno empresário de outubro, relatório de oferta de demanda agrícola no mundo pela USDA e muitos discursos de dirigentes do FED.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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